quinta-feira, 10 de julho de 2008

"Eeeooô vida de gado"

Toda terça-feira eu vou até a agência para a qual eu trabalho. Fica lá no centrão, sete-de-abril, metrô República, muvuca. É o meu dia de "eeeooô vida de gado". São cinco quarteirões e meio de casa - passando pela esquina assassina! - até a Ibirapuera. Lá eu pego o bumba que me leva até o Metrô Santa Cruz. Daí é uma baldeaçãozinha na Sé e pimba: República. Parece fácil. E até é. Mas vamos aos detalhes do trajeto. Pego o busão sanfonado, aquele que parece um minhocão. É uma das coisas estúpidas que eu já vi, ainda mais para uma cidade quase sem trânsito como São Paulo. Fora que os motoristas, todos muito bem pagos e com uma ótima qualidade de vida, acham que estão mesmo carregando gado. Eu ainda dou sorte de pegar buso vazio, chego até a sentar. Mas mesmo sentada, quase paro no colo do vizinho nas curvas.

Mas o que me diverte mesmo é o metrô. Ok, ok, é o melhor meio de transporte de São Paulo. Limpinho, bonitinho e rapidinho. O problema é que ali são os próprios passageiros que pensam que são gado. Abriu a porta e lá vem a boiada, corre, sobe a escada, se atropela, tenta passar pela catraca todo mundo junto. MEDO! E quanto maior a estação, pior a situação. Incrível como ninguém lê a sinalização. Tem um adesivo gigante sob cada porta dizendo: "Antes de entrar no trem, espere as pessoas saírem". O povo pisa em cima do adesivo e logo bloqueia a porta. Você pode ser educado e pedir licença para sair do trem ou entrar no clima e sair empurrando todo mundo. E a cadeirinha cinza dos velhinhos, deficientes e barrigudinhas? Cheias de adolescentes. E nas escadas? Tem um adesivo amarelo dizendo: mantenha-se à direita. Se quem desce fica à direita e quem sobe também, não tem trombada! Mas a boiada não aprendeu ainda o que é direita e esquerda. E menos ainda a enxergar o outro. O Metrô se esforça, eu reconheço. Tem plaquinha de orientação por toda parte. Mas a boiada é muito aflita, precisa correr. Não tem tempo para ler e nem para ser educado. E uma coisa é fato: falta de educação não tem classe social. Tem de tudo no metrô, da classe D à classe B+ (a classe A não se atreve), e a malcriação da galera é geral. A minha dúvida é: por que tanta pressa se o trem passa dois minutos depois?

ps: esse post tá meio atrasado, mas um feriado no meio da semana justifica qualquer atraso.

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