quinta-feira, 31 de julho de 2008

Mortes no trânsito superam assassinatos em São Paulo

Acabo de ler essa manchete no MSN (fonte: Agência Estado). É chocante não? Mas eu digo isso e ninguém acredita! A nota diz que no segundo trimestre do ano, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP), foram registradas 1.222 mortes por acidentes de trânsito, contra 1.047 assassinatos no estado. "É mais arriscado morrer em um acidente do que assassinado", afirma a secretaria. MEDO!

A camarada Claudia acaba de me contar de um velhinho que morreu atropelado na Nove de Julho dia desses. Vou apurar melhor essa história, mas pelo que ela contou, quem atropelou foi um carrão de luxo, cujo motô sequer parou para ajudar. Aí um motoqueiro colou no carro para anotar a placa. Num é que o figurão, do carrão, sacou uma arma, apontou para o motoqueiro e disse: "vaza fora" (ou algo do gênero). Assassino master: mata com o carro e ainda carrega uma arma...MEDO!

quarta-feira, 30 de julho de 2008

Eu quero os meus créditos de carbono!!!

Hoje, na aula, tivemos uma exposição sobre o mercado de carbono. A prof é uma expert no assunto. Mas mesmo ela sabendo tudo, eu continuei sem entender nada! Ou quase nada. Eu entendi basicamente que - na opinião dela - trata-se de um mercado promissor no qual o Brasil, se for rápido, pode ser dar muito bem. E entendi um pouquinho como isso já funciona e como deve ficar num futuro não muito distante.

Deixei a classe reflexiva. Deixei a faculdade pensativa. Olhei aqueles carrões todos brigando para sair do estacionamento e, caminhando pela rua escura que leva até o ponto do meu bumba, cheguei à conclusão de que deveria existir um mercado de carbono private. Eu, que faço o sacrifício de não andar de carro numa cidade como São Paulo, teria direito a cinco créditos particulares. Eu poderia vendê-los num mercado legal e regulamentado ou trocá-los por créditos no meu bilhete único. Poderia ainda repassá-los para uma ONG de minha confiança - que poderia vendê-los e fazer caixa ou ainda para o meu time do coração, que poderia revendê-los com o nobre argumento de que é preciso fazer caixa para sair da série B.

Agorafalandosério: pessoas que abdicam do carro não poderiam ter algum tipo de vantagem nesse mundo que agora se diz socialmente responsável? Afinal, já somos penalizados pelas calçadas remendadas, pelas esquinas assassinas, pelo trânsito que nos atropela e pelos busos e metrôs apinhados de gente. E aí, merecemos ou não um crédito? Nem que seja de carbono!

Em busca de calor humano?

Tá se sentindo carente, sozinho, querendo um pouco mais de calor humano? Pegue um busão a partir das 18h!!! De-lí-cia! Eu fiz isso ontem e hoje. E nem foi por carência, foi por necessidade mesmo - olha só que coisa! Inventei um curso de férias numa faculdade da Vila Mariana justamente por ser um lugar acessível para ir de bumba. Só tinha me esquecido desse detalhe: a hora de ir para a "facu" é a mesma em que a galera larga a firma. O barato do bumba no final do expediente é que ele desafia aquela lei da física de que dois corpos não cabem no mesmo espaço. Mentira! Ali cabem uns cem corpos. E mais as mochilas, as pastas, bolsas, bebês de colo e caixas de salgadinhos que serão vendidos ao longo da viagem.

Hoje, quando eu entrei, não tinha como passar a catraca. Nem como ir para a frente do buso. Eu tinha duas opções: ou parava na porta ou descia e esperava o próximo. Me posicionei entre a porta e o joelho da menina que estava sentada. A cada vez que a porta abria, quase me sentava no colo da moça - que, aliás, não se ofereceu para segurar minha pasta. Minha elasticidade me salvou. Para ajudar, o motô ligou um sistema de ar interno que fazia um barulho similar ao de uma lambreta. Coisa de deixar monge budista maluco.

Felizmente foram apenas 30 minutos de viagem. Para quem passou a vida inteira atravessando a cidade do Continental até Pinheiros, no bumba mais demorado do mundo (Anhangabau-Pq. Continental), para ir até a escola, até que minha vida melhorou. É, o projeto social do Peacock de me tirar da perifa e me trazer para a civilização até que tá dando resultado...

Aviso: OLIVIA, SIM!, EU ACEITO O PATROCÍNIO DO SEU PATRÃO!!! FALA PARA ELE QUE AGORA EU TENHO 15 LEITORES!!!!

Carrinho de bate-bate

Cidade que tem mais carro que espaço fica parecendo uma versão ampliada daqueles carrinhos de bate-bate de parquinho de diversão (que eu adoooooooro!). Você manobra daqui, ui, bateu! Avança dali, ops!, não viu a moto vindo. Fora aqueles corredores apertados nos quais parece que o bumba vai engolir o carro ao lado. Emocionante! Eu, "do-meu-modo-de-vê" de pedestre, vejo batidas todas as semanas e quase batidas todos os dias.

Hoje, minha amiga Giu me contou que ela teve a sorte de ver seu carro batido duas vezes em uma semana. A primeira foi a pior, mas essa ela presenciou. A segunda, o carro sequer estava em movimento! Bateram na caranga dela dentro do estacionamento da firma! Ao menos a moça foi educada e ligou para ela informando - e pagando o estrago.

Tá na hora da indústria automobilística pensar em um auto emborrachado. Aí vai ser até divertido dar uma batidinha aqui, uma raspadinha ali...

domingo, 27 de julho de 2008

1+1=1

Minha sogra e minha cunhada fizeram as contas, assuntaram e concluíram que um só carro bastaria para satisfazer a necessidade de ambas. Juntaram os dois carros que elas tinham e compraram um novinho, zerinho, bonitinho. Um carro, duas donas. ÊEEEEEEEEEEEEEEE!!!! Um carro a menos em SP!!!!

Aqui em casa é assim também. Mr. Peacock e eu achamos que a Ferrari-modelo-Celta nos basta. E basta mesmo. Todas as minhas amigas que são casadas - e até algumas com filhos - também só possuem um carro para toda a família. Algumas vezes é difícil conciliar tudo, mas sempre se dá um jeito. E táxi quando em vez sai bem mais barato que ter mais um carro.

Sobre blogs: Peacock gosta muito de uma revista chamada Meio Digital. Na edição desse mês tem uma matéria super legal sobre como as empresas estão usando cada vez mais blogs e blogueiros em suas campanhas de marketing & afins. Fiquei matutando e cheguei à conclusão de que se alguma marca de tênis, de roupas esportivas ou de remédio para rinite alérgica quiser me patrocinar - já que agora tenho um público fiel de dez pessoas - eu aceito de bom grado! Só não aceito propostas de concessionárias e montadoras, afinal, vai contra os príncipios do meu blog..."desde que a marca não interfira no conteúdo, que mal há?", como diz um tio poderoso 'das comunicação'.

Só de fim de semana...

Minha afilhada Flora, que eu não via fazia um boooom tempo, passou a última semana por aqui. Na sexta, levei a figurinha ao cinema e depois ela dormiu aqui em casa. O vô dela, onde ela fica quando vem para São Paulo, mora na longínqua Lapa. Sabadão de manhã tive que levá-la bem cedinho até o outro lado da cidade, a Lapa, porque tinha uma patota lá esperando por ela - elas iam passar o dia no Hopi Hari (afe!). Muy bien. Nessas ocasiões não há outro remédio senão tirar minha Ferrari-modelo-Celta da garagem. Vai contra meus princípios ideológicos e bloguísticos, mas, que jeito? São Paulo é São Paulo. Além de descobrir que eu ainda sei dirigir, descobri também que o carro tava imundo. De volta ao município de Moema, resolvi dar um tapa na Ferrari. Nessa hora, a Sara, mãe da Flora, ligou para gente combinar um encontro naquela tarde. Aí eu disse que estava lavando a caranga e que ligava depois. Pronto. Bastou. Mais tarde, quando nos encontramos, ela tirou o maior barato: "você tem um blog chamado São Paulo a Pé mas tava lavando o carro, he he he".

É cumadi, o que eu não faço por sua filha hein? Tiro até a Ferrari na garagem! E ainda sou zuada!

Pois assumo aqui, publicamente: sim!!! eu confesso!!! uso carro nos fins de semana! O que não me impede de continuar batalhando por uma SP com menos rodas e mais pernas! ;-)

quinta-feira, 24 de julho de 2008

O tombo da vovó

A senhorinha, sua filha e neta entraram no meu vagão na estação República - onde eu normalmente salto. Mas hoje eu ia até a Santa Cecília para um almoço na rua Maranhão. Foi o trem dar uma arrancada e a senhorinha, de óculos e saião, caiu no chão. O vagão estava relativamente vazio. Ela estava se preparando para sentar quando o trem arrancou. No que ela foi levantar, o trem acelerou e a velhinha começou a rolar no chão, tal qual uma boneca, sem controle algum do próprio corpo. Tadiiiiiinha. A calcinha dela e todas as suas intimidades se tornaram públicas. Dois galantes rapazes correram ajudar a senhorinha. Colocaram ela em pé. Ela ajeitou o saião, o óculos e comentou, rindo: "Viu, minha filha, bem que eu te disse que eu sempre caio no metrô". Ninguém se atreveu a rir no vagão. Pelo contrário. Ouviu-se um "óooooo" de espanto e constrangimento. Mas a netinha não se conteve. Riu e ainda disse: "Vovó, isso foi muito engraçado".

ps: Quando tenho que descer em outras estações, aproveito para conhecer mais a minha própria cidade. Achei o Lgo. Santa Cecília - com aquela igrejinha - uma gracinha. Mas a caminhada até a Maranhão, afe!, me deu uma baita canseira...

terça-feira, 22 de julho de 2008

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Sobre caronas, parques públicos e grandes amigos!

Ficar um tempinho sem postar dá coceirinha na mão. A gente começa a ter idéias e morre de medo de que elas escapem com o passar do tempo. Daí esse resumão aí no título. Esse vai ser um post-balanço do findi, que foi agitado e danado de bom.

Findi parte I

Eu e minhas amigas luluzinhas amamos a revista Vida Simples. Acho que virou a nova revista feminina do mercado porque Mr. Peacock, por exemplo, não se interessa nadica por ela. Pois logo que eu compro, sei que em pontos diferentes da cidade a Paloma e a Claudia também estão comprando. Nessa nova, de agosto, tem duas notas bem legais. Uma delas fala sobre o ato de dar e pegar carona, e sobre como isso poderia reduzir o pesadelo que é o trânsito de SP. Diz lá que se apenas 5% das pessoas dessem carona, 450 mil carros sairiam de circulação. A notinha cita exemplos bem sucedidos de outros países e até daqui.

A outra nota fala sobre uma iniciativa inglesa que leva a galera para fazer ginástica e cuidar de parques ao mesmo tempo. É a Green Gym. É simples, enquanto você ajuda a manter as áreas verdes da sua cidade, queima umas boas calorias. Tudo orientadinho, bonitinho. Adorei! Vamos montar um desse em São Paulo?? A primeira tarefa seria tirar o lixo das ruas...

A notinha da carona é essa aqui: http://vidasimples.abril.com.br/edicoes/069/mente_aberta/conteudo_289977.shtml

Findi parte II

Sábado foi o aniversário da Dona Vilma, senhora minha mãe. Uma gata, ela. Por causa do evento, despencou gente de Conchas (cidade de mamãe) na capital. E veio até o Neco! Meu tio que dá todos os bois dele para nunca pisar em São Paulo - apesar de a filha mais velha dele viver aqui. Ele - mais tia Claudete e primo Rafael - dormiram aqui em casa. Minha tia queria ir ao Parque Ibirapuera - é Parque Ibirapuera ou Parque do Ibirapuera? - porque fazia simplesmente 30 anos que ela não ia lá. Muvucão de domingo. Gente que não acabava mais. Devia ter mais gente no parque que na cidade de Conchas. Mas tava uma delícia. O Ibira é mesmo a praia de paulista. É onde preto, branco, vermelho, amarelo se misturam sem problemas. É onde o rico cruza com o pobre sem um ficar contrangido pela presença do outro. É onde crianças e velhinhos se divertem. Eu fujo do Ibira aos domingos, mas ontem, até os patinhos e as tilápias me emocionaram! haha

Findi parte III

Dizem que ontem foi dia do amigo. É aquela velha história: todo dia é dia do amigo! Especialmente quando se tem grandes pessoinhas ao nosso lado, como eu. Graças às amigas queridas, consegui levar a criançada da ONG para a qual eu faço um boletim (Casa da Criança e do Adolescente Betinho) ao teatro no último sábado. Passei o chapéu e a galera contribuiu. A Palometes e a Cacá, mana, me acompanharam na empreitada. Foi uma delícia!

A Paloma e eu somos uma espécie de Mônica e Magali. Ela é brava. Eu sou comilona. Dizem que eu sou brava também. Mas ela me supera. E eu ainda prefiro uma bela melancia a um coelho de pelúcia....

sexta-feira, 18 de julho de 2008

De carteirinha!

Agora é oficial: sou uma suburbana de carteirinha! Finalmente fiz meu tão sonhado Bilhete Único! O Mr. Peacock perdeu o meu faz tempo. Desde então, sou eu aquela mala que faz fila no bumba porque está sempre a contar as moedinhas para entregar ao cobrador, que, por sua vez, reconta as moedinhas fazendo a fila aumentar ainda mais.

Não mais caras feias, não mais olhares de reprovação. Agora é só chegar, passar o bilhete e voilá: abrem-se as catracas da esperança! Comprei meu B.U. na lotérica, junto com o bilhete da Mega-Sena. R$ 25 milhões, o prêmio. Acho que vai dar até para deixar o B.U. na gaveta...

ps: suburbana que vive em Moema é óooortemo. Mas é verdade! Nós existimos! Estamos infiltrados nos bairros dos ricos e andando nos transportes dos pobres por pura experiência antropológica.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Sair na rua é...

...ganhar um beijinho do Picolé de Chuchu!!! Estava eu e a Bela, amiga sangue bão desde os tempos do DC, batendo aquele rango no Estadão - na frente do Diário de S. Paulo - quando me aparece o "este seu ex-governador" Geraldo Alckmin. Ele me ouviu dizendo: "vamos lá falar com ele!". E ele mesmo veio falar comigo. Disse ao interlocutor dele: "só um minuto, deixa eu falar com essas moças bonitas". Hahahahahaha. Adorei! Adoro pagar esse tipo de mico. A Isabela queria morrer. E me matar junto.

The girl from Sé station

Como nasci em São Paulo e sou meio gordinha, jamais serei a garota de Ipanema. Mas hoje cedo eu descobri que posso ser a garota do Metrô Sé! Saí com uma mini-saia esvoaçante pela manhã. Tinha me esquecido que gente que anda a pé em SP não pode se arrumar muito. Salto, saia e afins não combinam com o perrengue que é andar de bumba e metrô. E foi lá, na plataforma da estação Sé, que aquela ventania gerada pelos trens fez minha saia subir, voar, rodar. Não tinha mão que segurasse todo aquele pano. Ainda bem que eu estava de meia-calça preta, fio 40. Mas mesmo assim, virei a atração da galera. "Uhu, uhu! Fiu-fiu". Que situação...Como não sabia o que fazer, mandei uns beijinhos para os meus admiradores do metrô. Ao menos no metrÔ eu tenho admiradores, hahahahaha.

Gentalha, gentalha, gentalha!

Peço a licença para deixar a Deb andarilha de lado e mudar um pouco o rumo dessa prosa. Assumo a Deb jornalista só para poder contar nesse espaço público o que acaba de me ocorrer. Fui fazer um bico para um jornal num evento chatérrimo que, como bem definiu um amigo meu, reuniu a nata do coronelismo da comunicação brasileira (todos os meus ex-empregadores ou empregadores em potencial, hehe). A missão não era das mais difíceis, mas tive que tirar leite de montanha, inventar notícia onde só tinha anti-notícia. E passar isso por telefone. Argh. Fiz, não gostei, quis refazer, mas a pressa da galera do lado de lá não me permitiu. Vai assim mesmo. Beleza.

Táxi pedido, novelinha me esperando, eis que me ligam do jornal. O tal do “chefão” queria falar. Eu já sabia que o indivíduo não era exatamente civilizado. E eu tava pouco me lixando porque se tem uma coisa bacana nessa vida de ser frila, é justamente não ter “patrão” (apesar do Joelzito ainda ser meu chefinho titular). A jamanta veio passando por cima. Foi grosseiro, estúpido, ofensivo e desagradável. Me chamou de “Ô, bichô!”. Respondi no mesmo tom “Ô bicho, é isso aí”. Em vez de simplesmente pedir para eu reescrever ou me perguntar o que mais havia sido dito no evento – como qualquer pessoa normal e educada faria – ele ficou só rosnando. Lamentável.

Não sou macaca véia. Mas tampouco sou foqueta. Estou há dez anos nessa vida bandida e já passei por cinco redações. Já tive chefes suficientemente escrotinhos para todo uma vida. Cheguei a pedir demissão em três semanas por causa de uma fofinha intransigente.

Eu reconheço meus erros e ainda tenho muito o que aprender. Mas se tem uma coisa que não tolero é grosseria gratuita. Juro que não consigo entender como tipos como esse comandam equipes, lidam com um troço chamado “gente”. São esses os gênios que pautam as redações de jornal? Que medo. E pelo que muita gente já me contou, esse fulano tem uma coisa em comum com um ex-chefe meu que, ó Lord, thank You!, eu nunca mais vi na vida. Ambos só rosnam para mulheres. Por que isso? Covardia pura né?

Fora que eu acho hilário como esse povo se leva a sério. Parece um monte de adulto brincando de "Barbie, Ken & sua turma fecham um jornal", "La, le, li, lo, lu editora" (para quem se lembra da Lu Patinadora) ou "Roleta News! Quem chegar primeiro à casa 10 conquista o cargo de editor do New York Times!". Habla sério!

Me arrependo muito de não ter mandado a jamanta ir catar coquinho enquanto seu lobo não vem. Não fiz em consideração ao chapa que me indicou pro trabalho. E também porque o Mr. Covarde sequer me deu a réplica.

Mas apesar de eu não ter feito isso e de ter gasto minha energia – e meu blog – para falar desse episódio, o que me deixa mais feliz é a minha liberdade de não ser funcionária desse perioditico, empregada dessa firma, subalterna do Senhor Simpatia. Isso é um te-são. Fiquei chateada, puta, querendo aplicar um kotegaeshi no elemento para ele lembrar o que a mamãe dizia sobre ser educadinho. Mas acho maravilhoso eu poder decidir se continuo fazendo trabalho para esse lugar ou não.

E eu, definitivamente, não trabalho mais com quem me trata como lixo. Já fui bancária, vendedora de loja e lavo louça direitinho. E, de quebra, ganhei três prêmios de jornalismo. Aperto, não passo. Baixaria, num guento não.

Decidi ficar livre não só do carro. Mas das jamantas também.

Adendo: Minha amiga Claudia disse que eu peguei leve demais nesse post. Acha que eu tinha que sujar a boca e mandar logo o cara para a puta-que-o-pariu. Mas é ela quem tá dizendo...

terça-feira, 15 de julho de 2008

Transitofobia

Ontem pintou um trabalho de última hora. Era para cobrir um evento no WTC, aquele monstrengo meio prédio meio hotel nas Nações Unidas, vulgo marginal. De Moema até lá nem é longe. Mas saí naquela hora mais que crítica: 18h15. Nãaaaaansa, como diz um amigo meu, que sufoco! A Berrini tava parada não, tava congelada. Buzina, buzina, buzina. Cara feia, cara feia, cara feia. Fumaça, fumaça, fumaça. Bumba, bumba, bumba. Comecei a ficar zureta, enjoada. E olha que eu fui de táxi! Sequer estava dirigindo. Cheguei ao evento uma hora depois já doida para ir embora. Essa vida de trabalhar de casa me deixou muito mal acostumada. Estou com transitofobia aguda. Meu querido chefinho - que é das antigas, que adora meter o pau no e-mail, msn e em outras inovações fantásticas - que me desculpe, mas viva o jornalismo telefônico e virtual!!!

ps: hoje minhas amiguinhas não foram na hidro, fiz a aula sozinha...o prof judiou da minha pessoa...

domingo, 13 de julho de 2008

Pagando de guia

Ontem, sabadão, Mr. Peacock e eu fomos levar nossos hóspedes gringos para passear. A menina é alemã. O namorado dela é neozelandês. Eles estão no Brasil faz dois meses. Ela ficou dois meses estudando em Porto Alegre, cidade que ela detestou. Bem, se ela não gostou de lá, imaginei que ia odiar SP. Eles também estiveram em Salvador e no Rio que, óbvio, amaram loucamente. Fomos de busão da Ibirapuera até a Sé. Primeira parada: livraria do Messias. O gringo comprou dois livros lá por R$ 19. Acho que ficou feliz. De lá, entramos na catedral da Sé. Eles não comentaram nada, afinal, na Alemanha deve ter uma catedral linda-maravilhosa a cada esquina. Mas eu pirei. Toda vez que entro na Sé fico babando. Dali, caminhamos até o Pateo do Colégio. O dia estava lindo. Estranhamente, São Paulo também estava. Seguindo pela Boa Vista, passamos pelo Mosteiro, descemos até a 25 de Março e chegamos ao Mercadão. Puxa, eu não tinho ido até lá ainda, após a reforma. Ficou super bacana. Comemos pastel e pão com mortadela - como manda a tradição. A gringa não tirou os olhos do lixo espalhado pelo mercado. He-he. E ficou um pouco assustada com a muvuca da 25. Para compensar, saímos dali, pegamos um bumba amarelinho, Pinheiros, e fomos até a Oscar Freire. De um extremo ao outro em uma só tarde. Lá, o gringo tomou um milk-shake mais caro que os livros do Messias. Na loja da Haagen Daz (escrevi certo??). Deixamos de peruagem, descemos até a Brasil e tomamos o Terminal João Dias de volta para casa. Uau, foi uma longa caminhada. Fiquei com a sensação de que eles não curtiram exatamente. Mas sabe de uma coisa? Eu gostei. Adoro poder caminhar por São Paulo sem pressa, olhando coisas que eu normalmente não reparo. Was cooooool!!!! ;-)

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Olguinha, Dalilinha e Glorinha

Trinta quarteirões*. Foi isso que eu andei hoje cedo para ir de casa até o meu novo médico, na Afonso Brás. Com uma parada rápida na Bem-Te-Vi para pegar um exame. Isso só na ida. Depois voltei pela República do Líbano e fui até a Maracatins, onde fica minha academia. Desde que descobri uma tendinite chatinha no ombro esquerdo, tive que parar o aikido por uns tempos. Lástima. Para não ficar parada, resolvi entrar na hidro. Minhas amigas de ginástica aquática são umas senhorinhas muito fofas. Tem a Olguinha, a Dalilinha e a Glorinha. E mais um monte que eu ainda não aprendi o nome. Eu sou a única representante da categoria sub-40 dentro d'água. Embora eu ainda não tenha nem 30. Resolvi também entrar para a turma de um tal de circuito aeróbico, que poderia se chamar "aula de tortura chinesa". Na hidro, eu certamente sou a mais nova e mais magra. No circuito, sou a mais velha e mais gorda. Assim me sinto equilibrada. Para ir até a academia, são dez quarteirões de caminhada. Chego lá bem aquecida. Papeando no vestiário, descobri que algumas coleguinhas da hidro também vão para a academia caminhando - até umas bem velhinhas, com dificuldade de andar. Fiquei imaginando as pobrecitas cruzando as esquinas assassinas de Moema. De pronto me ofereci para fazer companhia para uma delas na volta para casa, já que ela mora pertinho de mim. Mas ela recusou. Disse que adora a independência de poder andar sozinha. E disse que sempre toma cuidado com os "bonzinhos" que tentam ajudá-la. Fofa não? Viva dona Dalilinha, minha companheira de água e de caminhada.

*como perco a conta quando conto os passos dados, decidi medir minhas andanças pelo número de quarteirões que eu ando. Como eu também perco a conta dos quarteirões, chego em casa, abro o Google Maps e conto tudo de novo.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

"Eeeooô vida de gado"

Toda terça-feira eu vou até a agência para a qual eu trabalho. Fica lá no centrão, sete-de-abril, metrô República, muvuca. É o meu dia de "eeeooô vida de gado". São cinco quarteirões e meio de casa - passando pela esquina assassina! - até a Ibirapuera. Lá eu pego o bumba que me leva até o Metrô Santa Cruz. Daí é uma baldeaçãozinha na Sé e pimba: República. Parece fácil. E até é. Mas vamos aos detalhes do trajeto. Pego o busão sanfonado, aquele que parece um minhocão. É uma das coisas estúpidas que eu já vi, ainda mais para uma cidade quase sem trânsito como São Paulo. Fora que os motoristas, todos muito bem pagos e com uma ótima qualidade de vida, acham que estão mesmo carregando gado. Eu ainda dou sorte de pegar buso vazio, chego até a sentar. Mas mesmo sentada, quase paro no colo do vizinho nas curvas.

Mas o que me diverte mesmo é o metrô. Ok, ok, é o melhor meio de transporte de São Paulo. Limpinho, bonitinho e rapidinho. O problema é que ali são os próprios passageiros que pensam que são gado. Abriu a porta e lá vem a boiada, corre, sobe a escada, se atropela, tenta passar pela catraca todo mundo junto. MEDO! E quanto maior a estação, pior a situação. Incrível como ninguém lê a sinalização. Tem um adesivo gigante sob cada porta dizendo: "Antes de entrar no trem, espere as pessoas saírem". O povo pisa em cima do adesivo e logo bloqueia a porta. Você pode ser educado e pedir licença para sair do trem ou entrar no clima e sair empurrando todo mundo. E a cadeirinha cinza dos velhinhos, deficientes e barrigudinhas? Cheias de adolescentes. E nas escadas? Tem um adesivo amarelo dizendo: mantenha-se à direita. Se quem desce fica à direita e quem sobe também, não tem trombada! Mas a boiada não aprendeu ainda o que é direita e esquerda. E menos ainda a enxergar o outro. O Metrô se esforça, eu reconheço. Tem plaquinha de orientação por toda parte. Mas a boiada é muito aflita, precisa correr. Não tem tempo para ler e nem para ser educado. E uma coisa é fato: falta de educação não tem classe social. Tem de tudo no metrô, da classe D à classe B+ (a classe A não se atreve), e a malcriação da galera é geral. A minha dúvida é: por que tanta pressa se o trem passa dois minutos depois?

ps: esse post tá meio atrasado, mas um feriado no meio da semana justifica qualquer atraso.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

A esquina assassina!

Eu morro de medo dela. Quando chego perto, já estou transpirando. Já elaborei estratégias de como abordá-la. Mas não tem jeito, ela é sempre uma surpresa. Sim, caro amigo blogleitor, estou falando de uma esquina. Esquininha boba, desconhecida. Nem Ipiranga com São João é. Nem Paulista com Brigadeiro. Mesmo porque, se fosse, seria até mais fácil de atravessar. Quanto menor, maior o perigo. Estou falando da esquina aqui de casa: Aratãs X Anapurus. Toda vez que tenho que cruzá-la - e tenho que cruzá-la toda vez - conto quanto tempo demoro para chegar até o outro lado. Explico. E começo do começo: ela não tem farol nem faixa de pedestre. E o carro pode vir de absolutamente todas as direções. Tem quem venha da Aratãs por baixo e tente virar na Anapurus à esquerda. Tem quem venha da própria Anapurus e queira simplesmente ir reto, cruzando a Aratãs. Tem quem desça a Aratãs e queira virar a direita. E tem quem venha do outro lado da Anapurus e tente cruzar pro lado de lá ou virar na Aratãs. E tem eu, no meio desse fogo cruzado. E tem a falta de educação dos motoristas, que nunca deixam o pedestre passar. Volta e meia escuto batida ali na esquina. E já vi muita gente frear muuuuito em cima do outro carro. Porque ninguém quer deixar ninguém ir. Chega a ser divertido assistir ao campeonato do "eu primeiro!". Mas chega uma hora que eu canso de olhar e tento atravessar. Aí fica chato. Quando o tempo passa demais e eu avanço de menos, começo a encarar os carros e fazer sinalização com a mão: "devagar, devagar, isso, isso, obrigada". Um dia ainda apanho. Ou morro atropelada.

ps: tô na blogosfera faz pouco tempo, mas já aprendi que blogueiro é como motoqueiro. solidário na saúde e na doença, e principalmente na divulgação. sempre que eu achar um blog bacaninha, vou postar aqui. E, claro, vou começar pelo dos amigos, que tanto me inspiram - apesar de eu não ter citado todos aí no meu perfil, são muitos os queridos ;-) - Um que eu adoro e leio sempre é o da Ritinha, minha amiga, companheira de tatame e minha massoterapeuta particular (risos). Ela dá dicas para uma vida mais saudável, mais gostosa, mais simples. Confiram: http://porumavidasimples.blogspot.com/

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Se essa calçada fosse minha - parte II

As calçadas de SP são um remendo só. Cada um faz como quer e quanto maior a criatividade, maior também a chance de se fazer algo lindo de ver e horrível de caminhar. Tem calçada de pedrinha, tem calçada de paralelepípedo, tem cimentão socado, tem aquelas escorregadias que dão medo só de olhar e tem as esburacadas - essas são as campeãs! Andar de salto alto é um desafio e tanto, principalmente nas de paralelepípedo (céus, palavra difícil de escrever!!). E guia rebaixada para deficientes físicos, carrinhos de bebê a afins? Dá para contar no dedo onde tem dessas.

Outro dia, eu e Mr. Peacock fomos ao teatro com a Silvia, nossa amigona, e a Raquel, a filhota fofa dela. A Rá anda de cadeira de rodas grande parte do tempo. Para sair do carro e ir até o teatro, era menos de um quarteirão. Mas eu contabilizei umas três mudanças de tipo de calçada, uma dúzia de buracos e inclinações das mais variadas. Quando a calçada se apresentava muito pouco amigável, tentávamos ir pela rua. Aí a briga era com os carros, sempre em alta velocidade, sempre com muita pressa, mesmo num sábado à noite... Foi uma verdadeira operação de guerra. Acho que a Sil e a Rá já se acostumaram. Mas como foi a minha primeira vez, fiquei horrorizada. Se já é difícil para andantes, imagine só para os cadeirantes.

Se essa calçada fosse minha - parte I

Não, eu não "mandava ela brilhar". Mas ao menos ordenaria que fedesse menos. Tenho uma teoria: existe um montinho de cocô de cachorro para cada habitante de São Paulo, até mesmo para quem não tem cachorro. E desconfio que eles se concentram em bairros de classe média alta, como a chiquéeeeerrima Moema, donde vivo. Quanto mais chique, mais cocô na rua. As calçadas aqui das redondezas da minha fortaleza são um verdadeiro campo minado. Desvia daqui, desvia dali, ops, pisou! Tudo bem, dizem que dá sorte (o ser humano que inventou essa teoria deve ter um monte de cachorro em casa). Tenho que ser justa, a turma do "cocô's bag" vem crescendo. Muita gente leva o saquinho na hora da voltinha com o cachorrinho. Eu sempre sorrio para essas boas almas. E rosno para quem ainda não aderiu. Mas mesmo com esse movimento, a fedentina segue. Porque você tira o montinho, mas fica o cheirinho. Fora o xixi, que é um capítulo à parte. Alô, alô perfumistas de cães: ninguém ainda inventou um desodorizante de xixi e cocô especial para as vias públicas?

quinta-feira, 3 de julho de 2008

Na verdade, nunca tive um carro...

A Vejinha deu um super especial sobre trânsito no fim de semana. Muito bom. Mas senti falta de mais pedestres. Histórias, problemas, soluções. Afinal, não é fácil caminhar numa cidade que foi criada e pensada (haha, antes tivesse sido pensada) para quem anda de carro. Mas uma matéria em especial me chamou a atenção. A da vendedora de carros number one da cidade. A mulher fecha, em média, 60 negócios por mês. Ótimo para ela, que tira R$ 20 mil de salário. Ótimo para quem compra, afinal, ela deve ser boa na hora de oferecer longuíssimos prazos. Mas eu definitivamente não faço a alegria desse tipo de profissional. (Em tempo: também não faço a alegria dos cabelereiros, só corto duas vezes por ano.)

Em dez anos de carta, nunca tive meu próprio carro. Sempre surrupiei o da mamãe, do marido e até de amigos. Nunca tive esse fetiche de sentir cheiro de novo, de passar a mão no capozinho do carro e suspirar dizendo para toda a sociedade: "é meu. é zero". Propaganda de carro não me pega. Mesmo porque, eles só botam homem dirigindo em comercial, e de preferência sempre bonitão, dentes perfeitos, mulher magérrima ao lado, e crianças fofas e super comportadas no banco traseiro. E se não é o papai-perfeito, é o solteiro-jovem-gostosão (nos comerciais de carros esportivos). Tem com as celebridades também. Mas tenho minhas dúvidas se a Gisele Bundchen anda mesmo de Gol...Nem a melhor vendedora da loja que mais vende e nem o comercial colorido me convenceram até hoje. Mesmo porque é caro demais! Não vale.

Talvez um dia eu compre. Talvez eu precise muito. Mas por hora, sigo andando. E surrupiando quando necessário. Talvez seja hora de encher os pneus da magrela...

Troquei quatro rodas por duas pernocas

Demorei, mas consegui! Fazer um blog? Ah sim, isso também. Resisti até onde pude. Mas por uma nobre causa eu resolvi aderir ao fantástico mundo da blogaria. O que eu também consegui foi mudar a minha vida de forma que eu possa ser mais andarilha e menos motorista. Sempre detestei dirigir. Mas ter um carro em SP está cada vez mais chatinho. Você mal sai de casa e "béeeeeeeeeeeee", já tem um maleta te avisando que você está interrompendo o caminho dele. Baita banho de água fria no humor até de um ser bem-humorado como yo. Depois de quase três meses na Nova Zelândia, só caminhando por Auckland, cidade onde eu fiquei a maior parte do tempo, decidi que quando voltasse para São Paulo eu iria fazer do meu bairro a minha cidade - e que iria passar longe do meu auto. Consegui trazer meu trabalho para casa - é, a profissão permite, alguma vantagem ela tem de ter! - e quando saio, uso o maravilhoso sistema de transporte da cidade. Um lixo. Mas tenho me sentido uma heroína urbana. Enquanto 950 carros entram em circulação por dia em SP, eu vou de bumba. No mais, caminho para tudo. Até para ir ao mercado eu já aposentei o carro. Vou de sacolinha de lona, aquela de feira (mas sempre volto cheia de saquinhos de plástico, confesso) e vou comprando aos poucos.

Quem anda a pé vê a cidade com outros olhos. E se relaciona melhor com ela. São essas histórias de andarilha urbana que eu quero postar aqui. E, de quebra, lançar uma campanha: ande mais a pé, dê carona, deixe a caranga em casa, leve o trabalho para casa, faça alguma coisa! Mas se nada disso for possível, seja ao menos gentil com carro que está a sua frente e com o pedestre que está há hooooras tentando atravessar! Caminhemos juntos ;-)