terça-feira, 30 de setembro de 2008

Quer uma caroninha?

Se você tem vergonha de pedir carona para o vizinho ou para o colega de baia no trabalho, seus problemas se acabaram!! Minha colaboradora Olivião Tomazela com um ELE só, num esforço sobre-humano de reportagem, descobriu quatro links na internet que transformaram carona num negócio sério. Você entra lá e se cadastra como caroneiro ou como motorista disposto a dar caronas. Alguns cobram pequenas taxas. Mas pelo que eu vi, a maioria é free mesmo. Para quem tem medo, eles garantem que o esquema é seguro.

Chequem vocês mesmos. São eles o Juntoo, o E-carona, o Quero Carona e um do governo de SP, o Mutirão da Carona - esse último é mais uma campanha que um "ponto de encontro virtual dos caroneiros". O Quero Carona faz o meio de campo até para quem quer viajar!

Adorei esses sites. Mais uma vez, a gente fazendo pela internet o que não sabe mais fazer no mundo real.

Valeu Olivete!

Momento "Querido Diário": hoje eu não coloquei o pé para fora. A Paloma (Cotes) me passou uma gripe via msn e só não fiquei de cama porque, afinal, sempre há trabalho para fazer. No final da tarde, recebi uma visitinha da minha sogra e da vovó Lola. É a vó do Peacock. Ela tem 98 anos e pega bem menos gripe que eu. Minha sogra, ao ver que eu estava com gripe e sem batatas para fazer uma sopa, voltou minutos mais tarde munida de batatas, cenourinhas e carne! Que fofa!! Ah, eu adoro trabalhar em casa...

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Já escolhi o meu candidato!!

Enrique Peñalosa, ex-prefeito de Bogotá!! Posso votar nele? Vi o depoimento dele ontem no programa Soluções para o Trânsito, do Discovery, e gamei nele. Não só porque ele é charmosão - desculpe, Peacock, mas não poderia deixar de dizer. Mas sim porque a forma como ele vê uma cidade é a mais humana e justa que eu já vi. Comentando sobre as ciclovias que foram construídas na capital colombiana, ele disse: "Dessa forma, o espaço público respeita tanta uma pessoa com uma bicicleta de 30 dólares como um motorista com um carro de 30 mil dólares". É isso, respeito a todos. Opções para todos. Na boa, queridos candidatos à prefeitura de São Paulo, é tão difícil assim??

O programa, aliás, é ótimo. Espero que eles reprisem. Basicamente escracharam São Paulo. E é para escrachar mesmo. Pois se a Cidade do México, com seu volumão de quase 20 milhões de habitantes, conseguiu uma solução eficaz e bem mais barata que metrô (é o Metrobus - um corredor de ônibus que funciona), por que ainda estamos nos matado no trânsito paulistano?

Peñalosa prefeito de SP!!!

Ps: Bem lembrado Mark! Essa iniciativa da Porto Seguro é super bacana mesmo. E eles têm divulgado bastante. O problema é que precisamos da contrapartida, ou seja, as ciclovias! Mas se mais empresas começam a oferecer esse tipo de serviço, começa a rolar uma pressão.

sábado, 27 de setembro de 2008

Aluguel de bike!

Começou hoje o serviço de aluguel de bike em quatro estações de metrô no centro e na zê-ele. Inauguraram também hoje os seis primeiros KM de uma ciclovia na Radial Leste. Mais detalhes na matéria do UOL.

É pouco, mas é um começo! Que venham mais ciclovias :-)

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

O mestre mora ao lado

Hoje eu consegui acordar e ir para o "aikido da madrugada". Enfrentei chuva, frio e sono, mas fui!

Eu acho linda essa história de atravessar o mundo para achar seu mestre. Gente que vai até a Índia atrás DO guru, que percorre o Japão de cabo a cabo em busca DO sensei, que transforma a viagem de férias a Bali na busca pelo xamã perfeito. Mas eu confesso que me sinto uma privilegiada de ter achado meu mestre de aikido a um quarteirão e meio de casa. Claro, não tem o mesmo charme de atravessar mares e conhecer países misteriosos, mas pô, é uma mão na roda. Não tenho desculpa para não ir treinar. Pôr a culpa no trãnsito, então, não rola meeeesmo.

Melhor assim. Mantenho meu KI a todo vapor.

"Desejando paz a todos os seres"

O-NEGAI SHIMASU!

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Sobre ter blog

Esse diário virtual engana. Quando a gente acha que "zero comentários" significa que ninguém leu, surprise! Ontem acabei saindo de casa, contrariando minhas expectativas. Fui à festa dos cinco anos da ANBA - para quem não sabe, uma ótima agência de notícias para a qual eu trabalhei até julho. Quando cheguei lá, o Mark disse assim: ué, acabou saindo de casa é? E o Gabi, o japa-polonês, cobrou coerência da minha parte quando ficou sabendo que eu ia voltar de carona com a doce Marina. "Como assim, carona? Você não anda só a pé???". Ah claro, só ando a pé....até a padaria, até a academia, até o outro lado da avenida Ibirapuera e quando fico muito de saco cheio de esperar busão - aí eu surto e percorro longas distâncias.

Pô, Gabi, o espírito é evitar o MEU carro. Não o dos outros, rs.

Hoje o dia está lindinho! Finalmente aqueles dias londrinos acabaram (espero!).

Vou interromper a sequência de entrevistas super interessantes que estou fazendo e dar um rolê. O sol me chama!

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Primavera geladinha

Hoje acordei bem cedo, super disposta a ir para o "aikido da madrugada", que começa às 7hs. Mas quando coloquei o nariz para fora e vi que tava chovendo, me enfiei debaixo do edredon e fiquei lendo um livro. Acho que hoje a rua não vai me ver.

Por que tanto frio em setembro? Brrrr....

Comentando o comentário:

- Paloma, eu vi que foi uma segunda como as outras, cheia de congestionamento. Mas vi bastante matéria falando sobre as pessoas que querem mudar, que estão largando carro, etc. Como você disse, o importante é seguir acreditando!

- Mark, você é um dos mais fiéis desses 22, ao lado de Olívia e de mamãe! Nem meu próprio marido me prestigia assim, hahaha

- E falando nela...Olívia, que ótima essa história de achar uma carona na internet! Acho justa essa divisão de custos. Porque tem caroneiro que acaba se acomodando e acha que o motorista está à disposição dele. Aí é 'forga', num dá né? Tem que ser bom para todo mundo. Testemunhe sempre! É essa a idéia ;-)

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Dia Mundial...com carro!


Me dei o trabalho de ir até a 23 de Maio fotografar o Dia Mundial Sem Carro. Mas até que para os padrões da 23, para as 17hs, pode-se dizer que tava meio vazia, rs.
Ps: O Uol me copiou, hehe. Botou cinco jornalistas para andar sem o carro durante a semana do Dia Mundial sem Carro. Puxa vida, eu faço isso todo dia. Mas aí vai, para quem se interessar. Mas aposto que vocês, meus queridos 22 leitores, vão continuar preferindo meu bloguinho, essa mídia alternativa, hahahahaha. Leia aqui o blog deles.

domingo, 21 de setembro de 2008

You may say I'm a dreamer, but I'm not the only one!!

Eba, tem mais gente largando o carro nessa cidade maluca! Deu na Folha de S. Paulo de hoje. Veja também no Uol. Adorei essa notícia. Seja de bumba, de bike ou a pé, aos poucos as pessoas têm buscado outros caminhos.

Breves

1- Ontem eu fui ver Ensaio sobre a Cegueira. Forte, mas bonito. Gostei muito. (O Peacock não gostou, sempre do contra...). Mas o que eu queria comentar é que foi bacana ver São Paulo na telona. Não tinha cidade mais apropriada para filmar essa história: sujinha, cinzinha, mal cheirosa e cheia dos contrastes. Acho que estamos todos meio cegos aqui em Sampa mesmo. Tá na hora de a gente enxergar melhor o que estamos fazendo desse lugar. Hora de abrir os olhos.

2- É AMANHÃ!!! O Dia Mundial sem Carro. Dentro de casa, já tive uma baixa. O Peacock disse que vai sair de carro porque deve ficar no trabalho até tarde. Meu pai também já avisou que não sobrevive sem carro amanhã. Ai, ai ai... "I hope some daaaay you'll join us..."

3- Mark, sobre essa história da queda da Isabela, eu tenho uma grande dúvida que talvez um advogado possa responder. Quem é oficialmente o responsável por isso? Digo, ela poderia processar a prefeitura ou seria o dono daquela calçada? Cabe um processo num caso desses ou foi "somente" um infortúnio?

Tenham todos uma ótima semana!!

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

A queda de Isabela

No começo do ano, minha amiga Isabela Barros caiu na quina de uma calçada. A combinação de sandalinha rasteirinha de couro com uma calçada mal feita resultaram na fratura de uma vértebra e um mês de cama. Vejam abaixo o depoimento que ela mesma fez sobre o tema. Fica o alerta: além de tomar cuidado na hora de atravessar as ruas, é preciso também tomar cuidado quando andamos nas calçadas.

Ela acertou na quina. Mas não a da loto...

"Tenho certeza de que a mulher que me olhava do outro lado da rua não conseguiu ouvir o meu pedido de ajuda. Mas entendeu que eu precisava de alguém para me levantar. E, junto com o filho, veio me resgatar na hora. Segundos antes, meu chinelo com solado de couro havia escorregado na quina de uma calçada bem íngreme da rua em que moro, na Vila Mariana. Fazia sol, eu não estava apressada. E, num movimento absolutamente banal, caí de costas exatamente em cima desse apoio de concreto. O que veio depois foi a dor mais forte que eu já senti na minha vida, junto com uma sensação de total imobilidade. Sozinha, eu não teria conseguido me levantar. Na verdade, devia ter ficado era deitada mesmo, e chamar socorro dali, para evitar riscos de lesões.

Já no hospital, uma hora depois, veio o diagnóstico: uma fratura na nona vértebra da coluna torácica. E eu que me desse por satisfeita: com uma queda daquelas, podia ter até lesionado a medula, ficando sem andar, por exemplo. Por um simples escorregão na calçada, numa quina.

Tudo aconteceu em janeiro deste ano. Fiquei um mês inteiro deitada, de barriga para cima, saindo da cama para atividades básicas como comer, ir ao banheiro e tomar banho. Depois, foram mais três meses de recuperação lenta, ficando sentada aos poucos, cada vez por um tempo maior. E com o apoio de um colete ortopédico que mais parecia uma fantasia de Tartaruga Ninja.

Agora, em setembro, 20 sessões de fisioterapia e 10 de RPG depois, já posso me movimentar normalmente. A fratura está quase consolidada. Mas fica a lição: passe longe das quinas das calçadas. Esqueça os chinelos com solado de couro, que escorregam. Prefira andar pelo meio da rua se estiver num trecho muito acidentado. Por pior que possa parecer, é mais seguro. Nunca mais ficar de molho outra vez por ter caído na armadilha de uma calçada assassina."

Ai que história triste...

A manchete poderia ser: "Solidariedade acaba em morte em São Paulo". Um menino parou na Marginal Pinheiros para ajudar um motorista com o carro quebrado e acabou sendo atropelado por um caminhão que não conseguiu frear a tempo.

Vejam matéria do G1.

E o cara que seria ajudado, picou a mula sem ajudar o Fábio, o que foi atropelado.

Gente, a Marginal Pinheiros é assassina! Não tem área de escape, não tem equipes de socorro, os carros correm como se fosse uma estrada, tem caminhão saindo pelo ladrão e é um Deus nos acuda. Fora o aroma suave que vem do rio...Quando dirijo ali - o que está cada vez mais raro - fico fazendo um mantra: "não quebra, carrinho, não quebra, carrinho".

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Eu não aguento mais!

Eu não aguento mais limpar meu tênis!!! Todo dia tem cocô de cachorro encravado nele...
Ontem eu fiquei uma meia hora esfregando uma escova de dente nele para ver se aquela caca desgrudava do meu pisante.

Garanto que recolher o cocô do cachorro exige bem menos que meia hora. É pegar o saquinho e mandar ver. Dois minutos.

A minha sorte é que Peacock e eu temos o saudável hábito de não entrar de sapato em casa. Do contrário, minha casa seria uma fedentina só.

ps: vou lançar a série "Eu não aguento!". Eu não aguento buzina, cocô de cachorro, ciclistas mal educados, motoristas quase assassinos, ônibus lotados, passageiros enfezados no metrô, candidatos prometendo freeways e...nossa, eu tô ficando rabugenta ou essa cidade é mesmo um inferno?

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Discovery

No dia 28, um domingo, o Discovery começa a exibir o programa Soluções para o Trânsito. Me pareceu uma série....tentei encontrar mais informações no site mas não achei. Eu clico na chamada mas aparece uma lista de discussão. Ou o site é confuso, ou eu sou confusa.

Alguém se habilita?
http://www.discoverybrasil.com/

ps: falta só uma semana para o Dia Mundial sem Carro!!! Contagem regressiva!

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Ciclistas X pedestres

Puxa vida, esse meu último post foi "polêmico". Não imaginava que todo pedestre tinha alguma queixa sobre ciclista. Acho que a gente devia promover um encontro para debater esse convívio! Afinal, já não basta a guerra com os carros, bumbas, caminhones & afins? Se os ciclistas querem tanto o respeito dos motorizados, eles também precisam respeitar os que nem rodas têm! Nós, os andantes, os walkers, os andarilhos, mas também conhecidos como pedestres.

Vou chamar um ciclista de carteirinha para dar seu depoimento aqui e falar um pouco sobre essa relação.

E por falar em depoimento, Belíssima, mande-me por e-mail a história sobre sua queda na rua no começo desse ano. Vou postar aqui. O caso foi sério, ela tem razão: caminhar por São Paulo pode ser mais perigoso do que se imagina. Mesmo quando se caminha na calçada!!

Buenos dias a todos!

Caminhemos (com cuidado)! ;-)

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Os bikers

Finalmente comprei aquele especial Vá de Bicicleta da revista Vida Simples. Depois de muita gente me perguntar se eu já tinho lido, cedi, comprei e estou lendo. Li metade da edição, mas já deu para sacar comos os ciclistas têm se unido cada vez mais. Há associações, grupos de discussão na internet, bikers peladões, conexões com grupos da Holanda e um movimento crescente - bonito de ver - que, aos poucos, vai contagiando as grandes cidades brasileiras.

Pô, não tem nenhum grupo de "walkers" né? Nada de "andarilhos noturnos", "naked walker", ou representante dos andarilhos discutindo políticas públicas na Associação Nacional de Transporte Público (ANTP). Tá certo, bike é meio de transporte. E fica meio esquisito classificar "perna" como um meio de transporte. Mas é...não é? E os pedestres compõem esse cenário urbano. São peças-chave nesse contexto. Também quero fazer parte de uma organização como as dos bikers... :-(

Sobre a revista:

- Descobri personagens incríveis, histórias exemplares e muitos endereços internéticos sobre o tema como o Apocalipse Motorizado, o Transporte Ativo e o Via Ciclo. De pessoas de lugares diferentes do Brasil, o que dá uma dimensão de como o movimento por cidades mais saudáveis não se restringe à nossa caótica paulicéia.

- A revista me tirou uma dúvida enorme: sim, os ciclistas NÃO PODEM pedalar na contramão. Eu já quase fui atropelada duas vezes por bikes por causa disso. Estava atenta, olhando os carros que vinham do lado permitido. No que eu avancei, 'SAI DA FREEEEEENTE MENINA!" E ainda tomei bronca do ciclista! Ai, ai, ai... Ciclistas, sejamos parceiros! Eu sou sua aliada na guerra contra o (excesso) de carro.

- Lendo as matérias e os depoimentos, dá uma vontade danada de sair pedalando. Encher os pneus da magrelinha e sair por aí enfrentando as carangas. Chegando bem mais rápido aos lugares do que quando vou a pé. Mas confesso: o medo ainda domina. Sou muito (mãe, não repara tá?) cagona para ser uma biker em São Paulo. Prefiro seguir andando. Quem sabe um dia eu não crio o SP de bike...

terça-feira, 9 de setembro de 2008

Conselho de andarilha: aposente os sapatos chiques

Surtei de novo. Esse blog tá me fazendo mal. Tô começando a levar a sério demais essa coisa de andar a pé. Hoje, depois de um almoço na Vila Madaloca, fui para um ponto na Fradique esperar por um buso que eu suspeito que não existe. Em quinze minutos, desisti de esperar. Resolvi caminhar até ele aparecer. Quando me dei conta, ele não tinha aparecido (tá vendo, ele não existe!), e eu já estava na Groelândia!

Eram 15h36 quando eu deixei a Vila. Às 16h10, eu já estava na República do Líbano, reta final - reta final bem longa - para chegar em Moema. O dia estava lindo e a temperatura amena. Os motoristas estavam mal educados como sempre e os buzinentos de plantão estressados como nunca. Mas não era esse o problema. O problema era a bota chiquérrima que eu coloquei para o almoço. E a calça jeans com elasticidade zero. Até uma boa parte do caminho eu fui bem. Mas quando eu tava quase chegando na Ibira, OH GOD, queria pegar um táxi. Senti uma bolha imensa na sola do pé direito e comecei a andar meio que mancando.

Uma hora e meia depois de ter deixado o ponto na Fradique, cheguei em casa. Me arrastando, suando, mancando. Um horror. Mamãe me ligou nessa hora e perguntou: minha filha, por onde você anda? E eu respondi: nem te conto....

Cenas do caminho

1- Na Fradique, vi um senhor de boininha cortando a unha enquanto caminhava. Ui...

2- Na Rebouças, vi um senhor mendigo abrindo a braguilha e tirando aquela água do joelho;

3- Não vi farol de pedestre na esquina da Groelândia com a avenida Europa. Nessas ocasiões, temos que dar aquela corridinha idiota e constrangedora para fugir dos carros que viram à direita na Europa;

4- O mesmo acontece na Groelândia com a Brigadeiro. De novo a corridinha idiota, como quem diz: senhor motorista, mil desculpas por eu, essa pedestrizinha insignificante, atrapalhar o seu caminho!

5- Na República do Líbano, fui chamada de gostosa por um manobrista de uma clínica. Obrigada, senhor manobrista;

6- Depois disso, não registrei mais nada. Só pensava na bolha no meu pé. E na necessidade de comprar uns tênis mais transados para ocasiões como essa de hoje...

Ai que sono. Vou dormir.

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Metrô de SP é o mais lotado do mundo, afirma CoMET

Não me diga?? E precisa a "CoMET" dizer? Nem carece.

Abri o UOL agorinha mesmo e essa foi a primeira notícia que me chamou a atenção. Leia

Aproveito para desejar aos meus 21 leitores um bom dia e uma ótima semana!

ps: caminhemos!!

ps2: tá um frio do cão, até desisti de ir tomar a vacina da rubéola, mas caminemos assim mesmo ;-)

sábado, 6 de setembro de 2008

Meu ouvido não é penico!




Avenida Aratãs, sábado, 7h00. Trilha sonora da minha manhã: BÉEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE.

Me diga: o que leva um(a) infeliz a disparar a buzina num sábado de manhã, na frente de uns quatro prédios onde vivem dezenas de famílias, centenas de pessoas? Combinou um horário e a pessoa não está na frente do prédio? Pois existe porteiro para quê? E essa maravilhosa engenhoca chamada celular, também não resolve? E paciência? Afinal, é sábado!!!

Tenho muita coisa ainda a dizer sobre buzina. Vou ter que escrever muitos posts para falar tudo o que penso sobre esse som insuportável que marca o ritmo dessa cidade, que marca a relação (grosseira) entre carros e carros, carros e pedestres, carros e ciclistas, etc.

Mas vou guardar esses comentários para depois. Afinal, hoje é sábado.

Mas deixo aqui uma questão e uma idéia:

1- A questão: Quem inventou a buzina? Preciso saber para maldizê-lo todos os dias.

2- A idéia: Se nosso comportamento nas ruas de SP nunca vai deixar de ser bélico, então proponho que nós, pedestres, comecemos a usar também buzinas e luz alta. Podemos andar com uma buzina parecida com aquela do Chacrinha e um farolete daqueles bem fortes (aquela luz fria) para as caminhadas noturnas. Assim, toda vez que um motorista BÉEEEEE na sua orelha, você BÉEEEEEEEEEE de volta. Afinal, guerra é guerra.

Recadinho: como não bloguei ontem, dia 5, deixo aqui, com atraso, os parabéns para meu papai!!

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Dia Mundial sem Carro!

Eu ia deixar para escrever depois, mas já que a Lilica se adiantou, aí vai: dia 22 de setembro é o Dia Mundial sem Carro!!! (até onde eu sei, é no dia 22 e não 25).

Mas eu tava comentando sobre isso com a Raquel hoje cedo e ela fez uma observação interessante: considerando que dia 22 cai numa segunda, e na situação hipotética e completamente irrealista de todos em SP aderirem, como as pessoas iriam trabalhar já que o transporte público atual não dá conta nem dos que o usam regularmente??? Ou todo mundo ia andar um bocado ou a prefeitura teria que tranformar o dia 22 em feriado municipal! rsrs

De qualquer forma, é uma ótima campanha, um movimento que vem crescendo no mundo todo e que ao menos faz as pessoas refletirem sobre o uso exagerado do carro.

Eu assino embaixo. Afinal, dia mundial sem carro, para mim, é quase todo dia.

Curitiba a pé!!

A verdade é que eu queria ter andado bem mais a pé por aqui...Isso só aconteceu agora cedo, quando eu e minha anfitriã Raquel Marçal Wan fomos caminhar pelo canteiro central da Arthur Bernardes. O que já foi uma experiência incrível para meu currículo de andarilha. Por que não há canteiros como esse em SP? Largo, verdinho, com quadras de tênis, futebol e afins ao longo do percurso. E quando a pista é interrompida pelos cruzamentos ou retornos da avenidona, existe uma civilizada faixa de pedestre e - surprise!!! - os carros pararam para nosotras passarmos! Mas a Raquel disse que não é sempre assim...

No mais, circulei por Curitiba só de carro e nos táxis laranja "cheguei" da cidade. Fui trabalhar ontem lá no Centro. E à noite fomos comer no alemão que tem o melhor chopp daqui (nome difícil de lembrar e de escrever...). Quando cheguei, na segunda, jantamos no Kamikaze, um japa daqueles bem tradicionais, que preparam a comida na sua frente.

Agora já tô indo embora :-(

SP me espera ca-lo-ro-sa-men-te para as minhas próximas missões!

Arigatô Raquel e Emereson!

segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Traffic Calming

Conheci uma pessoa muito bacana no sábado passado, a Raquel, também jornalista. Ela é de Floripa e vive nessa cidade doida aqui há mais de um ano. Pois mal nos conhecemos e ela já virou colaboradora do blog. Ela me mandou uma matéria super bacana, publicada em julho, do site CarbonoBrasil - que posto aí abaixo. É sobre as pessoas que optam por andar a pé em SP por causa dos altos custos do transporte público.

Além desse dado completamente novo para mim - de que andar a pé é o modo de locomoção que mais cresce na região metropolitana de São Paulo - a matéria cita um conceito que eu nunca tinha ouvido falar, o Traffic Calming. Já gostei. Vou me aprofundar no assunto...

Abaixo, a matéria.

Obrigada, Raquel!!


Andar a pé é solução para driblar os custos do transporte

Paula Scheidt, 15 de julho de 2008, CarbonoBrasil

Um estudo do Ministério das Cidades divulgado na última semana mostra que andar a pé é o modo de locomoção que mais cresce na região metropolitana de São Paulo. Uma das razões apontadas é o custo dos transportes, individuais ou coletivos.

Entre 1997 e 2002, o número de viagens diárias a pé representou 46% do aumento total de viagens da metrópole (3,8 milhões), se concentrando nas populações mais pobres, enquanto que o forte aumento da utilização do carro particular ficou praticamente restrito às classes médias e, principalmente, altas (acréscimo de 2,8 milhões de viagens/dia).

O preço da condução é o principal motivo pela escolha deste meio de transporte entre os entrevistados que recebem até quatro salários mínimos. "O aumento das viagens curtas e a pé entre os mais pobres certamente vem refletindo a dinamização dos espaços periféricos e a forte heterogeneidade social que se acentuou na periferia nos últimos anos", afirma o relatório.

De acordo com o volume "Como anda São Paulo", da série de estudos "Como andam as regiões metropolitanas", as pessoas de todas as faixas de rende optam pela caminhada como meio de transporte quando o trajeto é curto e com duração entre 15 a 20 minutos. "Entretanto, a análise dos motivos que levam aos deslocamentos a pé, quando as distâncias não são curtas, vem esclarecer muitas das inadequações da oferta de transporte coletivo para este segmento e explicar grande parte das carências desse setor", explica o documento.

O transporte a pé entre as pessoas que recebem até dois salários mínimos passou de 57% em 1997 para 62% em 2002, enquanto que o uso de veículos motorizados -coletivo e individual - passou de 43% para 38%, com queda percentual principalmente no uso do ônibus (que passou de 21% para 18% entre as viagens desse grupo), mas também no metrô e trem (de 3% para 2%).

A pesquisa destaca, no entanto, que há uma acomodação com relação às restrições por parte da população de baixa renda, que transforma "os espaços da vizinhança em destinos de viagem possíveis de serem alcançados". "As conseqüências destas estratégias para o cotidiano dessas populações realimentam os circuitos internos de reprodução da pobreza", explica o documento.
Segundo o estudo, garantir a mobilidade desses grupos através de políticas de transporte público acessível é uma estratégia importante de combate à pobreza, pois as restrições atuais deixam esta população sem acesso ao mercado de trabalho e aos equipamentos públicos de educação, saúde, cultura e lazer.

Planejando as cidades para o pedestre

Especialistas vão além e advertem que é preciso repensar para quem as cidades estão sendo planejadas, se é para o trânsito ou para as pessoas. "Famílias com renda acima de R$ 2,1 mil usam 8,6 vezes mais o espaço urbano que a população que ganha até dois salários mínimos. Os automóveis ocupam 50% do espaço urbano", ressalta o diretor da Associação de ciclousuários da Grande Florianópolis (Via Ciclo), André Geraldo Soares.

Soares diz que o problema é, muitas vezes, a prioridade nos investimentos. Ele cita o caso do Túnel Antonieta de Barros, construído em Florianópolis em 2002. Segundo ele a obra custou R$20 milhões e só beneficiou veículos motorizados, uma vez que é proibido o trânsito de pedestres e ciclistas. "Foi uma grande benfeitoria que não contemplou a todos", afirma.

O engenheiro Everaldo Valenga Alves, da gerência de sistema viário do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (IPUF), propõe o emprego do chamado "Traffic Calming", que prioriza o pedestre, com melhorias nas travessias. "A proposta é fazer o contrário do que fazemos hoje: a rua é do pedestre e não dos veículos. O desenho das ruas é focado nas pessoas, com faixas largas, por exemplo", explica.

Composta por onze volumes, a coletânea "Como andam as regiões metropolitanas" foi realizada por pesquisadores do Observatório das Metrópoles, que reúne representantes de diversas universidades do País, e analisou onze regiões metropolitanas do Brasil - São Paulo, Salvador, Fortaleza, Natal, Recife, Curitiba, Porto Alegre, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Belém e Goiânia, além do aglomerado urbano de Maringá, no Paraná.

A coletânea está disponível na íntegra no site do Ministério das Cidades.