quinta-feira, 21 de agosto de 2008

SP a pé meeeeeesmo

Hoje eu me superei. Levei a sério o tema do meu blog e andei, andei, andei. O dia estava lindo e eu não tinha mais nada a fazer na parte da tarde, já que tinha resolvido a parte profissional do dia pela manhã. Almocei com o fofoleto do meu amigo Ricardo na Vila Madaloca. Ele me deixou no metrô Sumaré. Fui até a estação Paraíso e em vez de seguir na linha azul rumo ao metrô Sta. Cruz, decidi parar ali mesmo. Me lembrei que minha mãe tinha dito que teria uma palestra do meu pai na Vila Mariana. Nunca vi nenhum curso que meu pai dá. Resolvi prestigiá-lo. O problema é que eu só sabia o nome da rua e do lugar. Mas não sabia ao certo onde ficava a rua. Fui descendo, peguei a rua Estela, margeando a 23 de Maio. É estranho caminhar tão rente a uma via expressa. Em alguns momentos, tem gente pacas, prédios comerciais, vendedor de pipoca e boteco. De repente, surgem uns muros intermináveis, somem as pessoas e o cheiro de xixi - sometimes algo mais - se torna insuportável. A impressão é de que você está num lugar ermo. Mas ao mesmo tempo, os carros passam desafiando os radares bem ao seu lado. Um tanto contraditório. Quando me livrei da Estela, segui em direção à Pelotas. Eu gosto pacas da Vila Mariana. Acho que moraria ali. Gosto dessa coisa parecida com Moema de ter comércio, prédio e casinhas tudo ao mesmo tempo. Mas acho a Vila Mariana menos metida a besta que o meu bairro.

Depois de perguntar em umas três bancas, cheguei à rua Dante Pazzanese e ao Instituto onde era o tal curso. Essa caminhada durou meia hora. Fiz uma horinha por lá, aproveitei a hora do coffe break e tomei o rumo de casa antes do pôr do sol. Deixei aquela rua estranha, que poderia ser bonita, e me aproximei de novo da 23. Passei na frente do Detran, cruzei aquela passarela na direção do Ibira. Ali, margeei (ui, isso tá escrito corretamente?) o parque. Essa parte também é bem estranha. Os carros passam velozes para entrar na avenida Ibirapuera e, na calçada, nem uma alma viva. E nem penada. Só muito cheiro de xixi, uns sapatos abandonados e sujeira, muita sujeira. Passo na frente de um parquinho bonitinho, bem cuidado (por uma clínica médica), e me pergunto quem tem coragem de caminhar até esse lugar para levar seu filho para brincar. São Paulo tem cada coisa...

Sigo pela Ibirapuera ao som do meu radinho de celular. E ao som das buzinas insuportáveis. Vejo os meninos dos faróis na lida diária de convencer os motôs a comprar balinha. Eles ficam tão diferentes quando se vê do lado de fora do carro...Vi também uma batida de carro. O dono do Brava vermelho tava tal qual sua caranga - bravo e vermelho. Brigava com o rapazinho que tinha batido nele. O trânsito tava tão parado que fiz uma disputa com um Fox vermelho. Ele avançava, eu avançava. Ele me passava, eu ultrapassava. Fizemos um tempo parecido até o farol com a República do Líbano. Fim de tarde. Um pai atravessa a faixa de pedestre com o filho, cada um na sua bike. O dia está perfeito para um passeio assim. Mas como eu queria ver mais essa cena na minha cidade.

Finalmente cheguei nos perímetros do meu bairro. Essa área eu domino. Entrei na Jurupis, fui cortando pelo meio, cantarolando Sting. Era o melhor que estava tocando no radinho-celular. Já perto de casa, uma kombi velha, soltando muita fumaça, passou por mim. Curioso que a kombosa era de um candidato a vereador cujo lema é "reciclando São Paulo". Acho que ele precisa começar reciclando a frota dele. Duas esquinas antes de casa, já suada, cansada e sedenta, aparece meu salvador: Mr. Peacock!!! Com nossa ferrari-modelo-Celta!! Mas só agora, Peacock?? O bacana é que ele saiu de Pinheiros no mesmo instante que eu deixei a Vila Mariana. E chegamos ao mesmo tempo.

Ah, eu adoro andar por SP!

4 comentários:

Paloma disse...

Você andou tudo isso? Que lindo! Eu também adoro andar por São Paulo. Adoro fazer isso! A gente redescobre a cidade, tanto suas belezas quanto feiúras. bjos
Paloma C
Ah, com o livro que me deste, já passei pela Itália e pela Índia.

Anônimo disse...

Sensacional! Aposto disputar corridas com os carros. E ganhar a pé! Ver o motorista estressado e eu na calçada, na frente... De bicicleta também. Adorava começar a disputa com o ônibus na Consolação e ganhar até o metrô Saúde. Hehehehehe!
Beijus!

Anônimo disse...

Esse comentário me levou direto para o ensino fundamental (me recuso a calcular o tempo) quando eu ía de ônibus pra escola e meu irmão de bicicleta. Ele esperava o ônibus passar no ponto (que no sul a gente chama da parada) e a disputa começava. Quando eu saltava do ônibus uns 10 quilômetros depois ele já estava me esperando... com um sorriso de satisfação. rsrsrs
E isso que era interior do interior do Rio Grande do Sul.

Jadyr Pavão Júnior disse...

No mesmo tempo, vc fez um passeio bem mais interessante do que o meu - tanto assim, que nem lembro mais o que aconteceu no trajeto entre pinheiros e a nossa moema. Nâo senti odores - bons ou ruins -, não vi pais e filhos de bike, nem a brava vermelha e seu bravo vermelho. Ou seja: de dentro do carro, acho que perdi alguns instantes de vida. Ainda bem que encontrei vc no fim do caminho! E, depois de uma paradinha no correio, fomos correndo pra nossa casinha!!

bjs

Mr. Peacock