sexta-feira, 8 de agosto de 2008

O "custo São Paulo"

São CINCO MILHÕES de carros contra 240 mil caminhões, 41 mil ônibus e 688 mil motos (não existe registro do número de "andarilhos"?). Fala a verdade: você acha mesmo que os responsáveis pelo trânsito de São Paulo são os caminhões? Ok, ok, ok, eles são grandalhões, incômodos, lentos, "fumacentos" e entopem as vias que deveriam ser expressas. O rodízio é uma solução a curto prazo, sem dúvida. Mas olhe o desequlíbrio dos números. Não tem jeito, é o carro o grande vilão. Na verdade, não o carro, tadinho dele, mas a política do "um só carro por pessoa para ir trabalhar todos os dias". O crédito fácil e o boom da indústria automobilística injetam carros e carros no mercado. Acho justíssimo que todos tenham acesso a sua caranga! Fico feliz com isso. Mas carro, em São Paulo, deveria vir com um adesivo igual ao das bebidas: "use com moderação".

Sei (aliás, sei muito bem) que o transporte público de Sampa é sofrível. Mas não existem outras soluções? Quantos, como eu, não podem levar o trabalho para dentro de casa? Quantos não poderiam dar carona? Quantas empresas nao podem colocar na sua política de contratação gente que more perto ou que dê preferência ao transporte público? Quantos não podem trocar um carro pela bike ou afins?

Muito sacrifício? Concordo! Mas não há solução para o caos que criamos se não houver um pouquinho de sacrifício da parte de cada um. Afinal, segundo a já muito citada matéria do Estadão, o colapso ao qual chegamos gera para cidade o "custo São Paulo". A FGV calcula uma perda de R$ 26,6 bilhões neste ano por causa da lentidão do nosso trânsito.

E aí? Qual a solução?

Eu pergunto, eu respondo: Desde que criei o blog, algumas pessoas já me mandaram mensagens dizendo o que fazem. Além das andarilhas e adeptas do bumba-meu-boi ou metrô, como as Palomas, Olívia, Geo, Gabi, etc, tem o caso do amigo lord inglês-holandês nascido no Quênia, Mark Ament. Ele está feliz da vida com sua motoca, carinhosamente apelidada de Mutux. Diz ele que o trajeto antes feito de carro em 40 minutos, agora é feito em 15. E passa a semana todinha com dois litros de gasosa. Ele resistiu para comprar a moto, mas agora está tal qual a canção: "a vida em duas rodas era tudo o que ele sempre quis". Mas Mark, preciso dizer, que coraaaaagem rapaz! Eu não tenho a manha de encarar esse trânsito e ainda brigar por espaço com os "cachorros loucos". De qualquer forma, taí, hei de concordar: ele ocupa bem menos espaço e polui bem menos também.

2 comentários:

Unknown disse...

Não ando a pé, não tenho moto, nem bike e nem uso o transporte público. Sou realmente uma poluidora paulistana. Apesar disso, adoro ler esse blog por ser fã dos textos da autora. Quando crescer quero escrever igual a você. Parabéns pelo blog!!! Te adoro.

Kato disse...

Motos poluem mais: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ambiente/ult10007u622875.shtml