domingo, 31 de agosto de 2008

Blog Day!!!!

Hoje é o dia mundial do blog! É o Blog Day. Blogueiros e blogs do mundo estão celebrando a blogosfera nesse exato momento - ok, não mais na Nova Zelândia e adjacências, já que lá já é setembro. Eu sou meio nova nessa coisa de blog, mas se entendi bem, cada blogueiro hoje deveria indicar cinco blogs que curte mais.

Puxa, eu precisaria de um fim de semana inteiro para achar blogs bacanas, ler, analisar e indicar. Assim, de cabeça, posso indicar os que leio sempre que são os dos amigos queridos ou uns mega famosos. Mas não achei, por exemplo, um bloguinho bacana sobre aikido. Existem vários, mas a grande maioria está desatualizada. Outros são mais para divulgar eventos, academias e afins. Não achei nenhum divertido, de alguém contando suas experiências como aprendiz...acho que eu mesma vou fazer!!! Alô, alô, pessoal do aikido, alguma dica? Também não conheço - ainda - nenhum bacana sobre viagens. Os de jornalistas, vinculados aos grandes periódicos, são meio chatinhos. Gosto de blog de gente que conta sua rotina, seu dia-a-dia. Não gosto de gente fazendo análise de notícia. Para mim, já bastam as notícias.

Dei até uma circulado pelo Blogger em busca de coisas interessantes. Mas tirando o fato de ter achado vários blogs em línguas que eu não faço a menor idéia do que sejam, não achei nada que mereça ser destacado aqui. Assim sendo, volto a indicar os três que já foram citados aqui antes, mas que são os que eu leio sempre mesmo: o da Palometes, que conta a rotina dela de mãe da Belíssima Isabela, o da Ritinha, que fala sobre como podemos ter uma vida mais gostosa e leve, e o da minha mana Cacá, que aponta o dedo para o lixão que despejamos na cidade.

E prometo que no próximo Blog Day eu estarei munida de (cinco) novas dicas boas ;-)

ps: Mami, respondendo a sua pergunta sobre o post Raí é meu rei - as pessoas andam tão apressadas no metrô que nem devem prestar atenção nele...

ps2: O post Pagando de Marronzinha gerou tanta manifestação sobre as nossas reações no trânsito que eu me lembrei de uma história que ainda não contei por aqui, a do "Dia do dedinho" - para quem não conhece ou já não lembra mais dela, hihi.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

A descoberta de Sofia

A Sofia é uma das minhas afilhadas. Vai fazer cinco anos em outubro. Fala pelos cotovelos. Tem uma energia que deixa qualquer maratonista cansado e é braba, braba. Puxou o pai, não a mãe. Ela mora no centrão de São Paulo. Mas como toda criança de classe média paulistana, anda muito mais de carro que a pé. Pois nesta semana, a mãe dela, Claudia, a levou até um evento num bar ali na Antônio Prado. Foram caminhando. Ela levou um dos seus violões. Brinquedo velho, desafinado, mas muito querido por ela, já que a avó lhe deu de presente. No caminho, ela viu aquele monte de criança pobre, pedinte, já parte da paisagem do centro de SP. No bar, sentadas em uma mesa na calçada, a Sofia deixou seu violão sozinho um segundo e, quando se deu conta, uma daquelas crianças tinha passado a mão no seu brinquedo. Por incrível que pareça, ela não ficou brava, mas ficou questionando: "que criança rouba o brinquedo de outra criança?" (hum...várias! inclusive na escolinha, no prédio, etc). Aí a Claudia contou uma longa história sobre como o violão agora viveria outras aventuras nas mãos de outra criança. E sobre como é bom dividir as coisas com quem não tem nada ou tem menos. Aí a Sofia concluiu que sim, era justo, afinal ela tinha dois violões e, agora, duas crianças têm um violão cada. E voltaram caminhando para casa. Nessa tarde-noite, a Sofia viu de perto as crianças que vivem na rua. E entendeu melhor, apesar de seus quatro anos de idade, como essa cidade pode ser tão linda e tão dura com pessoinhas tão pequenas como ela.

terça-feira, 26 de agosto de 2008

O Paulo

Hoje eu conheci o Paulo. Taxista, 49 anos, três casamentos, cinco filhos. Me pegou ali na Tutóia. Me deixou em casa. Hoje eu não eu não voltei a pé. Volte de táxiii. Fui participar de um evento sobre a Nova Zelândia, representando a escola de inglês na qual eu estudei por lá - é bom se despir da fantasia de jornalista quando em vez...Mas na volta eu conheci o Paulo. "Bebia demais, sabe, filha? A primeira mulher cansou de mim". E ele cansou dela. Pela conta dele, a primeira mulher lhe custava um papel higiênico por dia, vinte pães, um sabonete, um quilo de carne e uma certa dose de encheção de saco. "Mas ela era uma coitada, como todas são". Aí veio a segunda. Durou sete anos. Aí veio a terceira. Cinco anos. Haja gosto pelo "casar"! Agora ele decidiu que não casa mais, ao menos não tão logo. Mora com um dos filhos, que não quer nada com nada. O menino decidiu prestar concurso público para ser policial. Desgosto. O mais velho tá na faculdade. Alegria. Mas teve que ficar um tempão com a faculdade trancada por falta de verba por parte do pai. O mais velho tem 24 anos. O mais novo, nove. Paulo é da Mooca mas cresceu na Vila Guilherme. Hoje mora na Serra da Cantareira. Coisa mais difícil é achar taxista que nasceu em SP. Paulo é meio raro porque dá licença aos outros motoristas. Ele diz que não tem maldade e que por isso sempre se deu meio mal. Me identifico. A mãe dele, que Deu a tenha, lhe dizia que ele nunca iria para frente por pura falta de maldade. A viagem chega ao fim. Me custou R$ 23. Pago R$ 25. Dois a mais por sua filosofia. Ao final, diz com tom de quem já viveu vinte anos mais que eu: "Filhaaa, não julga ninguém não. As coisa é difícil para todo mundo. Até quem tem tudo sofre muito nessa vida".

Paulo falou, tá falado.

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Raí é meu rei!

Camarada Camiletes - a Cacarvas - acaba de me passar uma história ótima via msn. Diz ela que um amigo entrevistou o Raí e que no vai-e-vem da conversa ele revelou que vai viver um ano sem carro em SP. Como eu, ele viveu um tempo fora (bem mais tempo que eu, claro...) e que quando voltou, decidiu continuar andando a pé e usando transporte público - mesmo sendo em SP. E o fofoleto disse ainda que aproveita muito mais o tempo quando está em trânsito, pois pode ler no táxi ou no metrô. Além disso, olha mais SP. Olha com olhos bem distintos dos olhos de quem dirige. E, por fim, se estressa menos.

Assino embaixo, Raizito. Tanto assino que criei até um blog só para falar disso.

PS: A única coisa chata de postar essa história é que eu vou ter que aguentar os torcedores do time do Mr. Peacock me enchendo o saco, dizendo: "pergunta se os ex-jogadores do seu time teriam uma atitude cidadã e consciente como essa??". Humpf...

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Adoro!

Hoje, depois da aula de hidro com a Olguinha, Dalilinha e Glorinha, resolvi almoçar na Sobrado. Quem ainda não se deu ao trabalho de vir até Moema para conhecer essa livraria não sabe o que está perdendo! A Sobrado é um charme. E ainda tem um café, com algumas opções de almoço. Peguei uma revista - que tinha uma matéria sobre os perigos e delícias de se trabalhar em casa - coloquei o pezão em cima da outra cadeira, e mandei ver na minha quiche de alho poró com saladinha. Depois, pequei e quebrei minha regra de não comer chocolate durante a semana. Adoro quebrar regras.

Do meu lado, tinha uma mesa cheia de homens de seus quarenta e poucos anos. Discutiam, é claro, sobre as Olímpiadas. Passaram do Hipólito ao Cielo em segundos, com escala na Maureen dourada de hoje e no sumiço da vara da Fabiana. Como diz o Mr. Peacock, todo mundo vira especialista em qualquer esporte em tempos de Olímpiadas. "Você viu aquela final da esgrima? O cara não devia ter avançado daquele jeito. Errou! Errou!". Mas uma coisa que um dos rapazes da mesa falou eu gostei, e assino embaixo: tirando o futebol e o vôlei, que são mega profissionais (o futebol masculino, que fique claro), todo o resto sua a camisa por conta própria e não tem nada que pedir desculpa aos brasileiros. Concordo. O que fazemos mesmo para ter uma geração de esportistas? Nadica. Adoro escutar a conversa dos outros.

Saí de lá com meu vestidinho verão total e minhas chinelas. Tomei o rumo de casa para, afinal, trabalhar um pouco. Adoro essa vida de home officer...

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

SP a pé meeeeeesmo

Hoje eu me superei. Levei a sério o tema do meu blog e andei, andei, andei. O dia estava lindo e eu não tinha mais nada a fazer na parte da tarde, já que tinha resolvido a parte profissional do dia pela manhã. Almocei com o fofoleto do meu amigo Ricardo na Vila Madaloca. Ele me deixou no metrô Sumaré. Fui até a estação Paraíso e em vez de seguir na linha azul rumo ao metrô Sta. Cruz, decidi parar ali mesmo. Me lembrei que minha mãe tinha dito que teria uma palestra do meu pai na Vila Mariana. Nunca vi nenhum curso que meu pai dá. Resolvi prestigiá-lo. O problema é que eu só sabia o nome da rua e do lugar. Mas não sabia ao certo onde ficava a rua. Fui descendo, peguei a rua Estela, margeando a 23 de Maio. É estranho caminhar tão rente a uma via expressa. Em alguns momentos, tem gente pacas, prédios comerciais, vendedor de pipoca e boteco. De repente, surgem uns muros intermináveis, somem as pessoas e o cheiro de xixi - sometimes algo mais - se torna insuportável. A impressão é de que você está num lugar ermo. Mas ao mesmo tempo, os carros passam desafiando os radares bem ao seu lado. Um tanto contraditório. Quando me livrei da Estela, segui em direção à Pelotas. Eu gosto pacas da Vila Mariana. Acho que moraria ali. Gosto dessa coisa parecida com Moema de ter comércio, prédio e casinhas tudo ao mesmo tempo. Mas acho a Vila Mariana menos metida a besta que o meu bairro.

Depois de perguntar em umas três bancas, cheguei à rua Dante Pazzanese e ao Instituto onde era o tal curso. Essa caminhada durou meia hora. Fiz uma horinha por lá, aproveitei a hora do coffe break e tomei o rumo de casa antes do pôr do sol. Deixei aquela rua estranha, que poderia ser bonita, e me aproximei de novo da 23. Passei na frente do Detran, cruzei aquela passarela na direção do Ibira. Ali, margeei (ui, isso tá escrito corretamente?) o parque. Essa parte também é bem estranha. Os carros passam velozes para entrar na avenida Ibirapuera e, na calçada, nem uma alma viva. E nem penada. Só muito cheiro de xixi, uns sapatos abandonados e sujeira, muita sujeira. Passo na frente de um parquinho bonitinho, bem cuidado (por uma clínica médica), e me pergunto quem tem coragem de caminhar até esse lugar para levar seu filho para brincar. São Paulo tem cada coisa...

Sigo pela Ibirapuera ao som do meu radinho de celular. E ao som das buzinas insuportáveis. Vejo os meninos dos faróis na lida diária de convencer os motôs a comprar balinha. Eles ficam tão diferentes quando se vê do lado de fora do carro...Vi também uma batida de carro. O dono do Brava vermelho tava tal qual sua caranga - bravo e vermelho. Brigava com o rapazinho que tinha batido nele. O trânsito tava tão parado que fiz uma disputa com um Fox vermelho. Ele avançava, eu avançava. Ele me passava, eu ultrapassava. Fizemos um tempo parecido até o farol com a República do Líbano. Fim de tarde. Um pai atravessa a faixa de pedestre com o filho, cada um na sua bike. O dia está perfeito para um passeio assim. Mas como eu queria ver mais essa cena na minha cidade.

Finalmente cheguei nos perímetros do meu bairro. Essa área eu domino. Entrei na Jurupis, fui cortando pelo meio, cantarolando Sting. Era o melhor que estava tocando no radinho-celular. Já perto de casa, uma kombi velha, soltando muita fumaça, passou por mim. Curioso que a kombosa era de um candidato a vereador cujo lema é "reciclando São Paulo". Acho que ele precisa começar reciclando a frota dele. Duas esquinas antes de casa, já suada, cansada e sedenta, aparece meu salvador: Mr. Peacock!!! Com nossa ferrari-modelo-Celta!! Mas só agora, Peacock?? O bacana é que ele saiu de Pinheiros no mesmo instante que eu deixei a Vila Mariana. E chegamos ao mesmo tempo.

Ah, eu adoro andar por SP!

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Tô de olho no sinhôoo (e nas senhoras também)

Ontem começou aquela chatice eleitoral. Não consegui assistir (aaaah, que peeeena) porque tinha pizzada da tia Nini. Mas decidi que vou fazer esse esforço sobre-humano porque estou um bocado curiosa para saber o que esses senhores e senhoras que querem tanto ser prefeitos de São Paulo têm a dizer sobre o trânsito, a iluminação pública, os buracos da cidade, entre outros problemas frequentes das ruas paulistanas.

Isso vai ajudar a definir meu voto. Porque realmente ainda não sei em quem votar. Não que o trânsito seja a coisa mais importante a ser resolvida. Não é mesmo. Educação sempre em primeiro lugar. Mas em caso de dúvida, tendo a votar naquele que for mais sensato em relação aos problemas das ruas de SP.

flagra: ontem, uma senhoooura muito elegante, num carro igualmente elegante, parou sua caranga no meio da rua para perguntar para um porteiro se tinha apê à venda no prédio. Bacana né? Moema já quase não é um caos normalmente. Tsc tsc tsc...

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Pagando de marronzinha

Na última Época (capa sobre a nova classe média), tem um texto bacana da Ruth de Aquino dizendo que ela resolveu fotografar os imprudentes e folgados carrões que ultrapassavam pelo acostamento ou pela contramão na Rio-Santos enquanto a maioria esperava pacientemente na estrada paraaaada.

Adorei. Eu já tinha pensando nisso. Em sair com a minha digitalzinha pelas ruas de SP flagrando motô que quer passar por cima de pedestre, pedestre que quer se jogar na frente do bumba, bumba que fica encoxando os carrinhos na pista ao lado e motô que ignora rotatória - aliás, tema de um próximo post!

Vou sair munida de câmera, apito e um uniforme marrom. A CET que me aguarde!!!

terça-feira, 12 de agosto de 2008

A propaganda das formiguinhas

Há umas duas semanas começou a passar uma propaganda cheia de formiguinhas carregando carrinhos entre árvores e folhas. É um reclame (nooossa, agora baixou a vovó Conchita aqui) da Chevrolet. Gamei naquelas formiguinhas. Bem, eu sou suspeita, porque tenho até formigas tatuadas nas costas (há quem pergunte se é barata....grrrrr). Mas ao mesmo tempo que gostei, fiquei cabreira: "propaganda de carro com esse tom ambientalista-socialmente-responsável...hum...hum". Ora, fazia muito tempo que não via propaganda de carro que não apostasse no estereótipo "sou machinho bem sucedido com mulher gostosa ao meu lado, dentro desse carrão de 80 paus".

Decidi investigar. Fui olhar o hotsite da campanha, que tem como lema "Reinventamos Caminhos" e achei uma entrevista com o diretor de marketing da empresa num outro site. Era o que eu estava pensando mesmo, eles estão querendo se "reposicionar" e "alinhar" as estratégias da empresa - ai, descuuuuulpa, não resistiiiii! sempre quis ter uma oportunidade para usar as duas palavras mais citadas pelo marketing, hahaha - para falar com o novo consumidor que está surgindo: gente mais questionadora, que quer um mundo menos frenético, mais limpo, menos agressivo, mais saudável. Faz todo sentido. Banco Real e Natura já fizeram isso faz tempo. E agradam.

O diretor de marketing dizia que as pessoas entraram numas de "vilanizar" o carro como o grande responsável pelos males das grandes cidades e da humanidade. E que o que eles pretendem é conscientizar o cidadão de que é possível usufruir da tecnologia sem detonar o mundo. E, numa segunda etapa da campanha, vão incentivar caronas, a compra de carros mais "ecológicos", entre outras iniciativas.

Ora pois! É exatamente o que eu prego aqui neste blog! Não abdiquei completamente do carro - mesmo porque, vivendo em SP, isso é quase impossível. Mas eu, parafraseando a Chevrolet, reinventei os meus caminhos, mudei minhas rotas, me sacrifiquei minimamente e tô fazendo um trabalho de formiguinha. E ainda fiz um blog, para pagar de heroína, hehe.

Mas falando sério? Gostei do comercial! É isso mesmo, não precisamos viver sem carro, sem TV, sem PC (não meeeeesmo) e voltar a viver na caverna para corrigir anos de extração, produção, consumo desenfreado e geração de resíduos. É mais simples que isso. Mas se cada um reinventar sua maneira de viver, vai fazer um trabalho de formiguinha dando um passo de elefante.

ps: coincidentemente minha caranga é Chevrolet...posso ter caído no conto do marqueteiro, mas é boa essa sensação de ser consumidora de uma empresa "alinhada ao novo posicionamento do consumidor moderno"...não resisti de novo!! sorry!! rsrsrs

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Conchas a pé

Como agora sou oficialmente uma "desempregada", me dou certas regalias. Agora, por exemplo, plena segundona, estou aqui em Conchas, interior de SP, onde vive a família de mamãe. Vim para a festa da Filó (Santa Filomena), que minha tia Claudete promove todos os anos, sempre no dia da Filó, 10 de agosto. Uma forma de homenagear minha prima querida, a Cíntia, filha dela, que morreu em 1999. Pois decidi me prolongar por aqui. É muito raro conseguir vir para cá nos dias úteis. E é muito diferente vir só de fim de semana e durante a semana. Ver como a gente do povoado, ops, da cidade, vive no dia a dia é muito divertido.

Conchas é a antítese de São Paulo. São quinze mil habitantes - faz uns quinze anos que eu ouço falar nesse número...acho que não estão contando os migrantes - nenhum semáforo, poucas faixas de pedestre, poucas ruas, um edifício (obra megalomaníaca de um empresário-político local), nenhuma ponte, algum mendigo tavez. Mas, claro, tem muito carro - isso em uma cidade em que é possível atravessá-la de ponta a ponta, a pé, em 40 minutos. Caminhando devagar. Ou de costas.

Hoje, logo após o almoço, saí para bater perna na rua mais movimentada da cidade: a rua São Paulo. Ali é que fica o buchicho, o comércio, os bancos, sorveterias, padocas e a movimentação intensa dos carros. Entrei no banco, estava lotado. Entrei numa loja, dessas que vende de calcinha por quilo a bicicleta de criança, e também estava lotada. Fila no caixa!!! Em plena segunda!! Em Conchas! Gente, a economia do país está mesmo bombando! Tá certo que a lotérica também tinha uma fila imensa...mas isso é o normal esteja a economia boa ou ruim. Nesse meio tempo, o carro de som da candidata à prefeita passou umas três vezes por ali. Parece que é a primeira vez que uma mulher se candidata ao cargo na cidade...

Saí do lojão e subi a Minas Gerais, onde fica a prefeitura, cortei para a direção da Pernambuco, onde mora a minha vovó, e parei na mesma padoca onde eu ia comprar doce quando eu era criança. Na frente tinha uma torrefação de café que exalava um cheiro maravilhoso. Acho que não existe mais, pois não senti o aroma. Subi a rua e em dois minutos estava de volta à casa da minha tia. Conchas é quente e um pouco árida. Esse calorzão também me fez lembrar as longas férias que eu passava aqui com as minhas manas. Éramos um pouco discriminadas pelos autóctones, afinal, éramos "as meninas metidas da cidade grande", mas nos divertíamos pacas. Uma das principais razões era justamente porque a rua era nossa. Saíamos por aí com as nossas primas, de bike, sem hora para voltar. E minha tia pouco se preocupava.

Vinte anos depois dessa infância dourada, Conchas cresceu, está mais esparramada - antigamente era possível atravessar a cidade em 20 minutos. Tem mais gente (E NÃO ADIANTA DIZER QUE SÃO SÓ 15 MIL!) e bem mais carros. O trânsito não chega a ser caótico. Ainda não. Durante a minha caminhada, cinco motoristas pararam para eu atravessar a rua. Eu, paulistana que sou, atravessei correndo, morrendo de medo que o carro detrás, impaciente, ultrapassasse o gentil motorista e me atropelasse. Mas não tinha carro atrás. E nem gente impaciente. Voltei para casa caminhando tranquilamente, sem medo de cruzar as ruas...e cantarolando a musiquinha chiclé da candidata à prefeitura, rs.

ps: Olivião, a TVE também não me pagava nada pelo "Rua São Paulo"! Como você vê, minha paixão por essa cidade maluca é tanta que volta e meia faço alguma coisa sobre ela "de grátis". Apesar do caos, adoro falar de SP, seja na TV ou na Web. Em tempo: Olivião é uma conchense nata! Antes de encarar SP a pé, ela andava em Conchatown!

sábado, 9 de agosto de 2008

Novos caminhos

Ontem, pela última vez, eu fiz o trajeto av. Ibirapuera-Metrô Santa Cruz-Metrô República. Fui para a Sete de Abril me despedir da agência onde eu trabalhei nos últimos dois anos e algo. É o fim de um ciclo. E é o fim de um caminho. Agora é hora de explorar novas rotas, conhecer outras vias, pegar quebradas inusitadas. De dois em dois anos eu sempre mudo de emprego. Parece que eu tenho um relógio interno que me diz que acabou, que não tenho mais nada a aprender e fazer por ali. Chegou essa nova fase de mudança.

Quem sabe eu não viro uma andarilha profissional? hahaha

Ninguém quer me contratar para ficar caminhando pelas ruas de SP? ;-)

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

O "custo São Paulo"

São CINCO MILHÕES de carros contra 240 mil caminhões, 41 mil ônibus e 688 mil motos (não existe registro do número de "andarilhos"?). Fala a verdade: você acha mesmo que os responsáveis pelo trânsito de São Paulo são os caminhões? Ok, ok, ok, eles são grandalhões, incômodos, lentos, "fumacentos" e entopem as vias que deveriam ser expressas. O rodízio é uma solução a curto prazo, sem dúvida. Mas olhe o desequlíbrio dos números. Não tem jeito, é o carro o grande vilão. Na verdade, não o carro, tadinho dele, mas a política do "um só carro por pessoa para ir trabalhar todos os dias". O crédito fácil e o boom da indústria automobilística injetam carros e carros no mercado. Acho justíssimo que todos tenham acesso a sua caranga! Fico feliz com isso. Mas carro, em São Paulo, deveria vir com um adesivo igual ao das bebidas: "use com moderação".

Sei (aliás, sei muito bem) que o transporte público de Sampa é sofrível. Mas não existem outras soluções? Quantos, como eu, não podem levar o trabalho para dentro de casa? Quantos não poderiam dar carona? Quantas empresas nao podem colocar na sua política de contratação gente que more perto ou que dê preferência ao transporte público? Quantos não podem trocar um carro pela bike ou afins?

Muito sacrifício? Concordo! Mas não há solução para o caos que criamos se não houver um pouquinho de sacrifício da parte de cada um. Afinal, segundo a já muito citada matéria do Estadão, o colapso ao qual chegamos gera para cidade o "custo São Paulo". A FGV calcula uma perda de R$ 26,6 bilhões neste ano por causa da lentidão do nosso trânsito.

E aí? Qual a solução?

Eu pergunto, eu respondo: Desde que criei o blog, algumas pessoas já me mandaram mensagens dizendo o que fazem. Além das andarilhas e adeptas do bumba-meu-boi ou metrô, como as Palomas, Olívia, Geo, Gabi, etc, tem o caso do amigo lord inglês-holandês nascido no Quênia, Mark Ament. Ele está feliz da vida com sua motoca, carinhosamente apelidada de Mutux. Diz ele que o trajeto antes feito de carro em 40 minutos, agora é feito em 15. E passa a semana todinha com dois litros de gasosa. Ele resistiu para comprar a moto, mas agora está tal qual a canção: "a vida em duas rodas era tudo o que ele sempre quis". Mas Mark, preciso dizer, que coraaaaagem rapaz! Eu não tenho a manha de encarar esse trânsito e ainda brigar por espaço com os "cachorros loucos". De qualquer forma, taí, hei de concordar: ele ocupa bem menos espaço e polui bem menos também.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Vá de metrô!!

Não vá de táxiiii. Vá de metrô!!! Olha que legal esse site: http://www.vademetro.com.br/. É um guia sobre tudo o que dá para fazer em Sampa usando o metrô.

Dica do amigo Gabriel Pomerancblum (acertei???), cabra meio japa meio polonês (exótico, não?) e companheiro de labuta.

Valeu, Gabi! Dica dada, dica postada.

Sair na rua é...

...se molhar. Se não me engano, a Danuza Leão, na autobiografia dela (Quase Tudo), diz que o mundo se divide entre as pessoas que usam guarda-chuva e as que não usam. Eu faço parte do segundo grupo. Sou um desastre com guarda-chuva. Perco sempre, esbarro em todo mundo e me molho do mesmo jeito. Detesto. Ainda mais tendo que carregá-lo em ônibus, metrô, etc. Não orna, como diz a Geo.

Pois vida de andarilha - sem guarda-chuva - é isso aí. Ontem eu me molhei duas vezes. Primeiro quando aquele chuvão começou a cair. E depois, quando eu, ingênua, achei que o chuvão tinha ido embora de vez e resolvi sair para tirar dinheiro. Mas enquanto eu ficar como um pinto molhado, ok. Duro é quando a gente é obrigado a enfrentar correntezas, apelar para bote, nadar em plena avenida e coisas do gênero. Nunca me aconteceu. Mas numa cidade como essa, na qual chuva + lixo = enchente, tudo é possível.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

SP-Xangai-Londres-Moscou-Tóquio-Mumbai-Lagos-NY...

Ainda sobre a megareportagem sobre as megacidades, do Estadão (hoje faltou luz por três horas no meu home-office, o que me obrigou a ler mais um trecho da matéria). As cidades aí acima são todas gigantescas, superpopulosas e, por supuesto, com super problemas de trânsito. Ricas ou pobres, todas têm alguma coisa em comum com a nossa macrometrópole (como o bloco SP+Campinas é chamado na capa da revista). Londres já tem até pedágio urbano - idéia defendida por alguns candidatos à prefeitura de SP. Moscou e Xangai querem brilhar com os arranha-céus de "primeiro mundo" sem considerar o impacto que isso gera no trânsito - igualzinho a São Paulo...Tóquio tem aqueles famosos guardinhas de luvinha branca para socar a galera no metrô - em São Paulo, faltam só o guardinha e a educação e rigor japoneses. Em Mumbai, o povo gasta até quatro horas no transporte público - igual...bem, vocês já entenderam. Cidades grandes, problemas similares.

Mas a viagem que a reportagem proporciona é sem igual. A matéria sobre Tóquio está fantástica - não só porque foi escrita pelo amigo Leandro Modé, mas porque tá boa mesmo. E a de Mumbai é de arrepiar. Já pisei em muita favela trash de Sampa, mas nunca vi nada parecido com o que é descrito sobre a favela de Dharavi. O mesmo dá para dizer sobre Lagos, na Nigéria. Deus meu, o que é essa cidade?? Um misto de pântano e pobreza. Lixo, camelôs, corrupção e gente, muita gente. A visita virtual à favela Mokoko vale muito a pena.

Insisto! Leiam esse especial! Tá um show! E certamente ainda vai me render muitos posts aqui (juro que o Estadão não tá me pagando um puto pela propaganda entre os meus 17 leitores. Aliás, não ganho um centavo com essa brincadeira, mas fico tão feliz e faço meus amigos felizes também, hahahahahaha).

Aí vai o link: http://www.estadao.com.br/megacidades/

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

Megacidades

Estou a devorar a revista "Grandes Reportagens" sobre as megalópoles do mundo, que o Estadão publicou ontem. Já li uma boa parte do especial. Na primeira parte, um entrevistado diz assim: "Do ponto de vista do uso dos recursos naturais, é melhor ter uma cidade com dez milhões de habitantes do que dez com um milhão".

Hum, interessante...então quer dizer que a minha cidade tem alguma vantagem em ser tão grande. É isso mesmo?

Em tempo: Segundo a reportagem, SP, a cidade, tem 10,886 milhões (pode contar mais um aí porque o bebê da Isaura está quase nascendo), e a região metropolitana, 19, 949 mi. Nada de quinze milhões como eu disse anteriormente...

domingo, 3 de agosto de 2008

De olho nas pegadas

No curso que eu fiz semana passada descobri que tem um negócio chamado "pegada ecológica". É uma maneira de você descobrir o quão nociva a sua pessoa é para o mundo. Serve também para você repensar seu estilo de vida. Pois bem, fui lá eu fazer o tal teste do pezinho, ops, da pegadinha, me achando o ser mais ecologicamente correto do mundo simplesmente porque não uso mais o carro. Entrei no site da WWF e clico daqui, clico dali, tentando ser o mais sincera possível e...PUTZ!!! O metro-e-meio que vos escreve é uma destruidora do planeta em potencial! O resultado final dizia que se todas as pessoas do mundo vivessem como eu, seriam necessários três planetas Terra. Basicamente porque moro numa cidade de 15 milhões de pessoas (o que, vamos combinar, é para lá de insustentável), porque como carne todos os dias, porque moro num apê "grande" para duas pessoas e porque viajo nas férias.

Fiquei maus...Fui contaminada por uma culpa ecológica - afinal, culpa cristã é coisa do passado, coisa caretinha. Mas não passei o dia inteiro imobilizada, sem comer, sair, ver TV, usar o PC e nem respirar. Nem desisti de viajar nas próximas férias (que vão demorar pacas mesmo...). E nem comecei a decorar a minha casa com potinhos de iogurte achando que isso sim é dar um final responsável ao lixo. Mas o teste nos faz pensar sobre tudo o que comemos (e nesse ponto devo admitir, eu como demais), que compramos, que usamos e que jogamos fora. E só de pensar sobre o tema e ficar de olho nas pegadas, já damos um passo enorme para deixar esse planetinha um pouquinho melhor para aqueles que ainda virão.

Faça o teste: http://www.wwf.org.br/wwf_brasil/pegada_ecologica/o_que_e_pegada_ecologica/index.cfm

E por falar em lixo, resíduo, restos e rastros, minha mana Clara se inspirou no meu blog e criou o dela. É o "Lixo na Chon". A figura criou o blog para registrar as intervenções que ela pretende fazer pela cidade sobre e com o lixo que fica aí jogado pelas ruas da cidade. A Cacá é minha irmã mais nova, e vale lembrar que foi ela que, ainda adolescente, baixou uma norma lá na casa dos meus pais para se reciclar o lixo. A gente achou um saco no começo. Hoje, já é um hábito de toda a família.

Vá lá: http://www.lixonachon.blogspot.com/

Hei, maninha, vamos nos unir e fazer barulho nessa cidade! Você cata o lixo enquanto eu saio apitando toda vez que vir um motô muito do mal educado (ou seja, não vou parar de apitar um segundo).

Coments dos coments: estou muito feliz com os meus 16 leitores! Sim, porque além das amigas queridas e dos parentes (esses eu tenho que obrigar a "blogar-me"), aos poucos pessoas que eu nem conheço deixam seus comentários. Primeiro foi a Paloma amiga da Paloma. Que virou leitora e já amiga. Agora baixou por aqui a Aline, amiga da Ó-livia. Aline querida, adorei sua visita e sua mensagem! E, claro, valeu Olivião! Você é minha RP oficial! ;-)