terça-feira, 14 de outubro de 2008

Zona lost

O que não fazemos pelos amigos e pela família? Convocada para uma apresentação da minha mana Cacá lá na Moooooooca, me apressei nas tarefas de hoje para conseguir sair uma hora e meia antes de o evento começar. Mochilita nas costas, sapatinho baixo, vestidinho "viva! o verão chegou" e calça legging - afinal, momento Marilyn no metrô nunca mais! - fiz meu habitual trajeto buso até metrô Sta. Cruz e baldeação na Sé. E eis que me deparo com uma situação nova: ter que pegar o metrô na direção Curintia-Itaquera às 18h da tarde.

Eu nunca vi tanta gente aglomerada em toda a minha vida! A Zona Lost não é uma região da cidade, é um país! Comecei a andar com a boiada tentando me encaixar em uma daquelas filas dentro das cerquinhas que servem para organizar o fluxo. Nessas horas é muito ruim ter 1,56m. Porque além das cotoveladas e da falta de ar, você sente absolutamente todos os cheiros. E considerando que era final de dia...hum, calcule o drama.

Fui lá no último cercadinho. Tinha um trem parado. A fila nem se mexeu. Segundos depois, outro trem. Dei um passinho. Mais um segundinho e um novo trem. Oba! Agora dei três passos. Entre o terceiro e o quarto trem, resolvi contar quantos segundos separam a ida de um e a chegada do outro: um, dois, três, quatro, cinco...quarenta e dois! Uau, esse metrô é mesmo eficiente! Mas nem com toda a eficiência do mundo eu me enfiaria no quarto trem. Do quinto não passa!!! Fico preocupada com o rapaz à minha frente. Ele usa muletas e mal consegue movê-las no meio da multidão. Tento, com todo esse meu tamanho, protegê-lo dos brutamontes! Somos os dois empurrados para dentro. Ufa! Agora são só três estações.

Chego no Bresser e sigo o fluxo das pessoas com mochilinhas. Afinal, devem estar todos indo para a faculdade onde a minha mana estuda. Pergunto para uma menina como chego lá. Ela me recomenda a rua Ipanema. Sigo nela. Puxa, nos meus sonhos Ipanema era bem mais bonita...vou deixando as casas antigas e os galpões típicos da região para trás. Dobro a esquina e dou de cara com um botecão chinelão cheio de "xente xovem" bebendo cerveja. Hum, devo estar perto da faculdade. Me perco mais um pouco, entro no prédio errado, pergunto e acho. Avisto mamãe e Maria, as fiéis espectadoras da Clara.

Vista a performance da moça - clap, clap, clap! - atravessamos a passarela sobre a Radial Leste para ir buscar o carro de mamãe do outro lado. O segurança da faculdade alerta para o perigo daquelas ruas escuras. Ok, ok, o que não é perigoso nessa cidade? Fingimos que não temos medo e caminhamos naquela escuridão.

A noite termina em pizza! É tão raro ir até a Moooooooca que quando vamos, damos um pulinho na rua Javari para comer na Pizzaria São Pedro. Mamãe e Maria adoram a pizza de aliche de lá. Eu passo.

Volto para casa de carona. Ufa!

Um comentário:

Anônimo disse...

Por pouco que entro nessa hein: hahahahaha
Minha noite foi bem agitada também, devido aos atendimentos fuichegar em casa 22h30, mas ok faz parte do ofício.
bjs