domingo, 28 de dezembro de 2008

O dia em que São Paulo parou (hu hu)

Parecia sonho. Saimos do prédio, Peacock e eu, e nenhum, nenhum, nenhum carro passou na nossa frente. Caminhamos livremente pelo bairro. O único som vindo lá de cima - os aviões, que jeito...viver em Moema é isso aí.

Na hora do almoço, os bares e restaurantes vazios. Ninguém nas ruas. Ninguém nos pontos de ônibus. Lojas fechadas. Acho que foi a primeira vez que eu atravessei as ruas sem olhar para os lados. Isso aconteceu mesmo??

Ah, como eu adoro São Paulo no Reveillon e no Carnaval!!! Saem uns dois milhões de pessoas e ficam apenas uns oito milhões.

Mas acho que esses dois milhões que viajam são os que têm carro. E que buzinam.

:-)

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

HO HO HO!


Mamãe Deb Noel deseja um Natal de muita paz e harmonia aos homens de bem! E aos de mal também...afinal, Natal é tempo de perdão e compreensão.
E que em 2009, todo mundo ande mais a pé e buzine menos. Que São Paulo seja uma cidade cada vez mais simpática com os pedestres e que essa tal de crise não seja tão braba assim.
No mais, no mais, muita alegria e energia no ano que vai nascer!
Beijosss
:-)

terça-feira, 23 de dezembro de 2008

SP 911

Não, não. Eu não precisei ser resgatada ontem das enchentes em São Paulo. Eu fui salva de tal perigo porque eu tive que ir atender uma outra emergência: uma amiga em lágrimas. Para dar um abraço de Natal apertado antes que ela viajasse, cheia de dor no peito, peguei o velho e bom caminho rumo à civilização: buso + metrô. Oito estações de metrô me separam dela. Saí de casa com sol e céu limpo - quase fui de Havaianas! Almoçamos e depois voltamos para a casa dela para um café. Café tão longo. E ela chorava e ria e chorava e ria. Que nem percebemos a quantidade de chuva que era derramada do lado de fora. Dilúvio dentro e fora de casa. Mas nem botei muito reparo na tempestade.

Foi só quando eu já estava voltando para casa, para lá das 19h, de carona com o Peacock na nossa Ferrari-modelo-Celta, que eu vi o tamanho do estrago. Na rua Ascendino Reis, já bem perto de Moema, uns seis carros estavam com marca d'água até o vidro, alguns já estavam sendo resgatados pelos guinchos. Que estrago! Cheguei em casa, abri o UOL e vi uma foto dessa rua. Céus! A água subiu muito por aqui!

Vejam a foto da rua em questão aqui (fotos 10 a 14).

Hoje o dia está lindo de novo. Já fui dar um rolê no parque das bikes. Ouvindo meu radinho-de-celular, fiquei sabendo que vem mais água no fim da tarde. Hoje eu levo galocha, capa e caiaque.

E assim será mais um verão em SP...

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Uma tarde em Cumbica

Foram duas horas da minha casa até o aeroporto international. Verdadeiro inferno. Marginal imobilizada. Motoqueiros passando ao meu lado com aquela buzina incessante. Situação tal que só reafirmou minha convicção de que é a pé que se vai longe. Prometi a mim mesma que minha cota de Guarulhos tinha chegado ao fim. Não levo e não busco mais ninguém. Ponto.

Chegando lá, na asa D, comprei uma revista, pedi um café e sentei para esperar o vôo que estava vindo de Santiago. Tinha duas horas pela frente. Cheguei bem mais cedo por causa de um troço chamado rodízio. Quando o monitor do aeroporto me avisou que o vôo LAN 0754 tinha pousado, fui lá esperar no desembarque internacional. Tinha uma galera na espera.

Fique meia hora ali em pé, assistindo um monte de reencontros, abraços apertados, lágrimas e até broncas.

Uma mãe loirinha sai pela porta com seu bebê loirinho. É aplaudida por uma meia dúzia.

Uma senhora sai na cadeira de rodas, levada por um funcionário do aeroporto.

Um homem de uns 40 anos mal sai e um menino de uns seis anos sai correndo, pula no colo dele e grita: paaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaai!!!

(pronto, já estou chorando)

Duas meninas de casaco pesado de inverno saem com uma funcionária e plaquinhas penduradas no pescoço. Desta vez é um pai que sai correndo abraça as duas chorando e grita: fiiiiiiiiiiiiiilhas!

Sai um surfista todo tatuado. Hum...

Mais surfistas. Opa, deve ser o vôo vindo lá da Oceania (Sidney-Auckland-Santiago).

Dois casais aparecem e, ao meu lado, uma turma imensa começa a gritar: "Il, il, il, Portugal tá no Brasil". Chegou o vôo de Lisboa.

Uma adolescente desponta na portinha e seus pais mal esperam que ela saia. Quase invadem a área proibida.

Uma menina com ar de intelectual, com uma meia xadrezada por cima de uma meia calça preta, óculos de aro preto, cabelo picotadinho-moderninho, sai pela portinha desfilando, com seu ar blasé.

Um moça sai com carrinho de bebê, empurrando ora o carrinho, ora as malas. Vê um senhor - deve ser o pai dela - dá-lhe uma senhora bronca e empurra as malas para ele. Hum...o vôo foi cansativo.

Uma família com ares de nova rica sai em fila indiana. Primeiro o pai, depois a mãe (cabelos platinados batendo no bumbum) e, por fim, a babá segurando o menino. Para onde eles foram? Quero ser babá dessa família!

Gentes e gentes com muitas caixas de whisky, vinho, champagne.

Velhinhas sorridentes.

Homens de negócio sem ninguém que os esperem.

E, finalmente, meu pai aparece. Todo amarrotado e cansado das 20 horas de viagem. Corro entre as pessoas para tentar socorrê-lo com sua bagagem.

Peguei o trânsito de volta para São Paulo feliz. Emocionada com a emoção alheia. Pensando na lindeza que é sentir saudade. E na responsabilidade imensa que aquela portinha automática da Polícia Federal tem em resolver essas nossas faltas.

Desfiz minha promessa de não ir mais a Guarulhos e, em fevereiro, estarei lá de novo para ver minha irmã e a minha sobrinha que ainda nem conheço despontarem pela portinha. Minha mãe vindo logo atrás. E meu cunhado carregando as malas (que é a função dos maridos/genros).

Duas horas presa na marginal não é nada quando se trata de rever quem a gente tanto ama.

:-)

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

The city of blinding lights


Adoro SP no Natal! E olha que o povo economizou nas luzinhas este ano. Crise chata. Crise boba. Mas vejam só como o tradicionalíssimo colégio Arqui(diocesano) caprichou na decoração. Minha câmera ajudou e transformou alguma luz da rua numa lua quase cheia.
Que venha o Papai Noel :-)

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Mercado livre


Sempre me surpreendo com a quantidade de coisas absurdas que se vende nos faróis de SP. Mas hoje foi demais: vi dois caras, em pontos diferentes da cidade, vendendo gramofones!


Tá na moda ter gramofone em casa? É para deixar ao lado da máquina de escrever e do vídeocassete?

domingo, 14 de dezembro de 2008

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Chuva e Liberdade

Eu adoro tomar chuva. Mas tinha me esquecido disso. Porque depois que a gente cresce e começa trabalhar e ver o Jornal Nacional, chuva vira sinônimo de encrenca: trânsito, acidente, alagamento, deslizamento de terra, tragédia.

Pois ontem, passeando com duas amigas muito queridas pelas ruas estreitas da Liberdade, eu senti uns pinguinhos no meu braço. E foi o suficiente para retomar meu gosto pela chuva. Nos abrigamos numa doceria dessas premiadas por revistas-guia de SP, a Alteza - onde eu vi, pela primeira vez, uma mousse de chá verde. Só na Liberdade mesmo!

Antes, entramos numa lojinha japoronguinha para ver kimonos, katanas, hakamas e outros artigos de nosso interesse. Dogi (kimono) caro demais para os nossos padrões financeiros atuais, demos meia volta e seguimos para a Alteza.

E a chuvinha caindo.

Na Alteza, que fica na rua Américo de Campos, ficamos de papo para o ar, tomamos café, comemos um delicioso biscoito de amêndoas e falamos da vida. Quando deu nossa hora, descemos a rua rumo à Galvão Bueno para assistirmos a entrega de faixa da Ritinha.

E a chuvinha caindo.

Foi então que eu me dei conta de que a chuva e a liberdade só fazem sentido juntas. Pois enquanto eu estava presa dentro de uma agência, com meus horários sempre corridos e com as demandas sempre para ontem, funcionando tal qual um relógio, de segunda a sexta, eu só sabia do tempo pela TV. E a chuva era uma inimiga.

Ontem, ela protagonizou o encontro de três grandes amigas, às 17hs da tarde de uma quinta-feira. E arrasou no papel.

Nada como ir à Liberdade debaixo de chuva.



ps: ah sim, e depois do treino, comemos em um dos tantos deliciosos japas dali que eu, óbvio, já esqueci o nome

ps2: temos fotos desse dia chuvoso, assim que a Ritinha mandar, posto aqui

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Duas pessoas por dia

É esse o número de pedestres que São Paulo mata diariamente. Leia mais sobre essa estatística perversa na matéria do G1.

Diz lá no texto que a prefeitura vai realizar uma série de obras para melhorar a vida de nós, pobres pedestres!

Entre as obras estão a pintura e manutenção das faixas de pedestres, a troca e instalação de gradis em vias e corredores de ônibus e a melhoria da iluminação nas áreas de travessia de pedestres. Os trabalhos serão feitos principalmente nos corredores de ônibus e cruzamentos onde costumam ocorrer o maior número de atropelamentos.

AÊEEEEEE! Aleluia, hein?

Aliás, seu prefeito, se quiser uma consultoria de pedestres para realizar essas obras, conte com SP a Pé e seu colaboradores fiéis :-)

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Ando depressa porque nunca fui devagar

Sou meio apressadinha mesmo. Não nasci de sete meses. Mas sou rapidinha. Tenho perninha curta, mas ando depressinha. Enrolo para escrever meus textos, mas quando sento na frente do PC, escrevo matéria grande em menos de uma hora. Falo rápido. Segundo meu husband, tenho uma certa compulsão "por falar" (mas minha amiga Geovana é imbatível!). Quando jogava futebol, meu técnico me chamava de Speedy Bee - corria feito uma retardada pela quadra. Era a mais ágil. E a mais inútil, não fazia um golzinho. Mas deixava as adversárias atrapalhadas.

Só tem duas coisas que eu faço bem devagar: dirigir e comer. Não sou apressada no volante porque morro de medo dos motoristas de SP. E aí sim, detesto que me apressem. Faço dedinho para os buzinadores de plantão - mas só quando Mr. Peacock não está do lado, senão ele briga comigo. E comer, bem, eu amo comer. E quando a gente gosta muito de uma coisa, a gente faz beeeem de-va-gar-zi-nho.

Pois o aikido me ensinou a ter paciência e a ser menos ansiosa. As coisas têm seu tempo de maturação. Sua hora para acontecer. E sua razão de ser. Não dá para ter pressa. E o melhor de tudo: o caminho é bem mais divertido que o destino.

Mas na hora do exame, minha gente, não tem por onde! Saio rodopiando e quando vi, já foi.

Assim como não gosto que me apressem no trânsito, não gosto que me freiem no aikido. É tão ruim assim deixar o movimento fluir dentro do nosso ritmo?

Eu sei que aprender a respirar junto com o movimento é uma arte. Um dia eu chego lá. Por hora, sigo pisando nos 150km/hora.

Apressadinha ou não, o fato é que agora eu sou faixa verde!

:-)

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Focando a energia

Tenho andado pouco e treinado muito. Domingão tem exame e, se Deus e eu quisermos (e os senseis da banca, claro), vou virar faixa verde. É a maioridade do aikido! Basicamente significa que eu vou tomar muita porrada daqui para frente.

E também que essa aventura tá só começando.

Semana que vem eu volto ao normal. :-)


ps: na foto, o momento final do meu último exame...os senseis já estavam roncando...zzzzZzzzzZ

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Índia a pé, de trem e de "auto rickaw"

Minha fofíssima afilhada Flora está na Índia. Sim, acreditem: a primeira viagem international dela não foi para a Disney, mas para aquele paisão gigante, intrigante, paupérrimo em recursos e riquíssimo em história. Ela está lá com o pai, a mulher do pai, os irmãos (mais novos que ela) e o tio. Uma viagem familiar super planejada e desejada. Não sei se o lugar onde ela está é super conectado ao mundo. Mas de quando em vez ela consegue atualizar o blog dela. Se vocês querem saber como é o tour de uma menina de 11 anos pela Índia, é só dar uma passadinha lá no Made in India. Divirtam-se!

Enquanto isso, num outro canto remoto do mundo, aquele pedacinho de terra chamado Nova Zelândia, meus pais também estão batendo muita perna. Acho que já rodaram Auckland inteira, de cima a baixo. Do Domain Park às ilhas de Rangitoto e Waiheke. Ai que saudade de caminhar por lá...Pena que eles não têm blog. Mas vejam abaixo a cara de FÉEEEERIAS dos véios. Na foto, se não me engano, eles estão em Mission Bay. É isso, mami?

Boas caminhadas para vocês! E beijem muito a Marininha por mim!


ps: eu mesma tenho andado muito pouco por SP, daí a redução drástica dos posts. Estou ficando tempo demaaaaais com a bunda sentada na cadeira. No me gusta...

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Juquey a pé

Ah, como é bom sair um pouco da selva paulistana e pisar na areia...na água (que tava gelaaaaada), tomar um solzinho depois de tanto tempo enclausurada no meu home-office, olhando para esse pequenino note...

O Ministério da Saúde adverte: não ir à praia de vez em quando faz mal à saúde.

A única coisa chata é perceber que mesmo longe de SP, essa elite-do-carrão paulistana continua se comportando da mesma maneira de quando estão na cidade. Correm nas ruas estreitas de Juquey, atropelam qualquer um que atrapalhar o caminho deles, param na avenida piorando o trânsito - sim, existe trânsito lá...deprê - e tratam vendedores de côco e de sorvete como mais alguns de seus servos.

Isso sem contar as pobres babás que não são autorizadas a usar sequer um shorts. Ficam arregaçando as calças para poder correr atrás dos filhos de suas patroas na beira do mar. E, claro, sempre de branco. Não porque são enfermeiras ou algo do gênero, mas porque a família precisa deixar bem claro que ela não pertence ao clã. Que ela é uma criada. Ou elas. Porque tem família que leva uma babá para cada filho.

Vem cá, essa gente nunca relaxa? Não conseguem simplesmente ir à praia como pessoas normais?